Wednesday, August 23, 2017

puta transa

O que buscam estas gêmeas
na patologia dos escrotos?

Terá algo a ver com punição?
Roubaram algo do pai?O pênis talvez?

Que loucura a beleza da sua tez
olha só, pára agora, goza logo, 
tem alguém ali fora esperando a vez.

Promessa

Jamais serei de novo senhora 
de um belo homem machista 
talvez com outras categorias 

( progressista, feminista, abolicionista, alienista, anestesista, anti- militarista, arborista, behaviorista, acordeonista, antagonista, protagonista, biografista, bolchevista, ceramista, contorcionista, cronista, deflacionista, economicista, eletricista, etimologista, exibicionista, garagista, evangelista, fossilista, malabarista, linguista, marxista, nudista, paisagista, percussionista, paulista, pacifista, otimista, psicanalista, tenista, utopista, xadrezista )

até mesmo adoráveis istas
pra posar no insta
Jamais me colocarei novamente de fora
de um mundo de trabalho 
de raridade em essência.
Tô fora é do sistema 
Sou Nora,
criada por Ibsen,
nunca gostei de brincar de boneca.
Meu faz de conta é agora
nesta ilusão que invento
pra fazer você crer
que é cavalo antônimo merecedor de penhora.


Transformação, é chegada a hora .
Virei novela da Jane Austen

Na aquarela diária 
x
Quem é você pra acreditar que pode me manipular?
Me impedir de conversar na terra onde sempre fluí…
São tantas histórias, meu bem,
por onde passei, ri, brilhei…
e eu as abri
como um livro que não te deixa dormir.

nesta Inglaterra perdida em série.
Este não, este não, este não…faltam candidatos…
à nossa presidência.
Vamos brincar de ser humilhada?
Você me dá banho de dinheiro
e pergunta se é por isto que estou ao seu lado.
Nuvens milionárias
verdes prados fluorescentes musgos
bonitos castelos
pianos desnudos
uma estufa onde cresceu uma bananeira
e onde habita sozinho
um passarinho
tropical
triste.

Amor, vou depilar à moda brasileira
Bucetas grandes pequenas
e o bigode do Hitler como inspiração.
Como pode alguém nisto sentir tesão?
Tá aí algo que não falta no mundo, 


Preferia estar agora num filme de ação,
cair do segundo andar do saloon
em salto vital
sem impacto algum.
Pápápá
vrum vrum
Você na sua moto
eu loira loirinha

Percebo no lance, você tem raiva inveja de mim:

“vou acabar com ela
pouco a pouco
espizinhar.
Será meu melhor brinquedo
aquele que destruo
porque posso reconstruir
sem pé nem cabeça e com coração em pedaços espalhados pelo intestino
sou moleque
e tenho este passatempo de menino
desmonto 
porque depois

CORTA!
não, não, não
é esta memória aqui.
Barras de chocolate e havaianas eram os presentes de natal. Nada mais.

Uma vez entrei no caixão do morto
para fingir praquela vizinha
que a sanidade dela se esvaía
Boa, eureka!
Não terá mais consciência sã a boneca!

tenho obsessão mesmo é pela cor verde
tá pensando em floresta
como se fosse o que nos resta?
é precária 
hipócrita
esta noção
verdinhas são
a mais alta casta de opinião…
E foda-se a mata!

Você pensa que não sei que você sabe que o que sempre quis era o que tinha?
Que o que queria era te dar esta rasteira e te tombar deste posto de rainha?
Você bem sabe o que é golpe, né, gatinha?
Miau miau
um beijo e tchau.
ciao, bella, buona notte
dorme com os anjos e pede proteção
você vai precisar
se quiser sair da ilha
e nadar nadar nadar
no teu (a) mar


dor latente


Tá doendo em mim este rim.

Trrrinta e trrrês!

Espingardas atirando algodão
É natal, já já carnaval e fantasia
tantas rolhas bebemos
e marquei a testa depois daquele campeonato perdido.
Bebemos whiskie
te ensinei a jogar
e no buraco
esperamos
esperamos
e esperamos
jogando e bebendo

uma criança de 3 anos
aprendendo a pronunciar
trrrrrês
trrrrrinta
trrrrrrinta e trrrrrês
o  médico pediria
“fala 33”
trrrinta e trrrês
E diríamos, já infartando

uma negra linda e gostosa
canta e 
nos faz pastéis

de carne

idílio hipócrita
ipanema
vento e lua
cheiro de sal de mar

um negro lindo 
gentilmente
a nos elogiar
limites de um mundo exposto

sua crueza
sua dureza
você torceu esgarçou até o fim
não sobrou uma gota
no tubo de ensaio
do seu laboratório
na sua tese de mestrado
sobre história do Brasil

“Chicotes nela!Maltrata!”
e me tornei culpada 
por toda esta sociedade escravocrata.

Nasceu branca 
vestiram-na com maria chiquinhas lacinhos e tênis nike…
Abusaram das fotos 
da vontade de ser primeiro mundo.
comiam quindim e sorriam
comiam quindim e sorriam
os olhos da sogra vidrados

“veja bem garotinha,a vida não há de ser fácil assim,
chegou a hora de você sofrer, vou murchar todas flores deste jardim,
Daqui a 3 dias todas borboletas estarão mortas.
É o tempo real,
sem drama barroco.
Seu sangue vai escorrer e nossos lençóis 
fios frios sem filhos
vão estar misteriosamente passados a ferro
como aquele passarinho seco
que do ninho nascido morto sumiu.

ó, pequena vítima da burguesia
especulada na promessa de uma vida melhor
que em vez de apresentar preguiça
trabalhava, corria e insistia 
em explicar que couscous marroquino
não é igual farofa

Engraçado, minha mãe também parou no macarrão com linguiça.

virtualmente cruel

Simulacro opaco
Você nesta fotografia menor ainda que 3X4
E os pontinhos dedilhando
como se quisessem me fazer gozar

Te conheço de perto
Olhos fundos
tem algo em olhos masculinos fundos
certa doce rusticidade italiana
e um vício ancestral por dominação

“Isso, isso, é assim que se faz”

Uma pessoa, outra pessoa…
Somos animais bossais?
Meses de conquista
músicas enviadas
O que você queria, àz?
Poesia agora ignorada
e esta máscara virada pra trás.
Realmente a ambição dos homens 
é nada além que um prato de comida
ou melhor dizendo,
uma boa trepada
e uma dormida.

Só que agora, querido mestre
viro peste
te encaro
sinto vergonha do meu desejo
por que?
Afinal de contas qual ensejo
me leva
a querer saber de você?

Resgate do meu eu menor 
era mais eu aquele eu?
Pequena cristã na arena com leões
Quanto prazer em destruir corações

E agora me jogo no coliseu
meu corpo fala
me devorem!
Pra corroborar talvez
as pragas de minha mãe
em magoadas orações.
Aquelas missas
construindo esta minha culpa.
e a busca pelos homens do interior,
pelos homens do norte
esta viva fascinação.
E no colo dos homens mais velhos,
a confortável compreensão.

Antes não tivesse esta necessidade de dopamina no cérebro

cia

Não tenho companhia
nem de teatro

nem pra ir ao

"fui correr e já volto" - novo " vou comprar cigarro e já volto "

Maldita manhã ensolarada,
em que você saiu pra passear
sem nem bom dia dar
me deixando aqui prostrada.

Quando chegarei a este nível salutar?

"você pegou minha mão, lembra?"

Nasci pequena
monstrinha
“vem aqui catar conchinha?”
você me diz que disse
"então, você não entendeu?"
você me diz que eu disse.

Sinto algo ruim
a te olhar nos dias de hoje
me relembrando
“não sei lidar com sua paixãozinha
- foi assim" 
E eu aqui com estes brincos de marfim.
Cadê os cavalos que deveriam estar correndo aqui ao lado?
Cadê os chapéus e as apostas?
Acho que você viveu certa ilusão ou sou eu ainda?
“Tinha absoluta certeza que íamos ficar juntos”
O filme acabou? Chegamos ao fim?

“E sua mãe? Não desenho o quadro, a figura, nunca vi…”
O que me faz pensar
tantos verões
quantos anos, amor…
Você me refresca na memória imagens reais
Onde estava minha mãe?

Me fazendo crer
num príncipe encantado
e me levando a ignorar
o não sei que nome dar 
que estava ao meu lado.

Não a culpo
Ela me ensinou a amar o teatro.
Mas tampouco ela aprendeu a técnica do jogo cênico
e quando a peça acaba
a vida termina
e quando a vida começa
a peça fulmina.