Friday, December 01, 2017

Fantasia de Brilho

Se minha fantasia fosse esquecer quem sou;
sair com peito 
vento vestido
nos brilhos da existência
sem nada querer,
a não ser 
Amor
pra tudo.

Se minha rainha evocada 
por Deus
serena
passasse a dor
e revestisse
o torpor 
em paetê
no mundo.

Se o bumbo do tambor 
fizesse meu coração 
bater
centenas de anos
flautas fulanos 
nas gramas de cheiro 
verde chuva.

Se a lama que me afunda 
plataforma 
fosse 
de sal grosso
Rosa
Se o banho de prata
um flutuar de coração
sem rumo
subindo subindo
em oxigênio uníssono
uno.

Um Brasil assim
sertão cidades 
de pureza alegre 
de gentileza entregue
e cafunés sem fim.
E o estupor 
fizesse bramir carne viva
sorrir as vacas
sem medo de mim.
E no ouro
mulheres homens livres intuitivos
dançassem no desejo de não ser
só mente,
os pesadelos arrogantes
apagados de rompante
abrindo
na volta pra mesa
as gravatas
e nos olhos 
pirlimpimpim 
de risos arbórios 
e molhos
às doces democráticas utópicas de todos

bravatas.

Wednesday, November 01, 2017

Samba da Nêga Brasileira pro (Cineasta) Italiano

AÇÃO!

Samba, bela,samba!
Que esta alegria que o gringo te demanda,
que este afeto que traz desejo ao
intelectual analfabeto
te floresça organicamente a cada dia
e que se dissolva toda esta agonia
da memória do tempo
em que esta boca sorria.

Samba, bela, samba
é de pequeno que se morde o menino
e é com veneno que se come o pepino.

Samba, bela, morre

é das tuas cinzas que estas pedras brilharão.

Friday, September 08, 2017

Perdoa

Rio de Janeiro, 7 de setembro de 2017

Me perdoa, 

por estar tentando aprender a confiar e valorizar quem me dá ( ou me deu um dia ) afeto
pelo meu kharma e pelo trabalho que enfrento corajosamente para transformá-lo
por ter experimentado desabrochar, ultrapassando a membrana de vergonha que tenho de mim
por não ter me acostumado a ser olhada e lutar por isto com uma armadura frágil
por só agora realmente assumir os monstros internos e tentar sensibilizá-los com escuta e paciência
por te amar e desejar diariamente ser amada por você
por querer ser sua família, ser parte de você, da sua família, te dar uma família
por fazer minha filha te amar e amar sua família e querer ser amada por você e sua família
por querer te dar tudo que sonho e sonhar que você me desse alguma parte do seu todo
por me amar com parcimônia
por ter sido criada neste ambiente católico machista repressor que coloca o outro à frente de si próprio
por relativizar os defeitos dos meus familiares como opção à solidão total, sem deixar de militar outro modo de agir, falar, pensar e ouvir
por querer preservar o que é nosso, só nosso, meu e seu, meu, seu e da nossa filha
por não ter sabido preservar o que é nosso, só nosso, meu e seu, meu , seu e da nossa filha
por ainda querer preservar o que é nosso, só nosso, meu e seu, meu, seu e da nossa filha
por ter me desesperado completamente à sua primeira partida, considerando o fim dos tempos
por me agredir para te provar o que não preciso provar para ninguém 
por enxergar padrões e às vezes cair neles
pelo medo fatalista ansioso e agressivo que meus ancestrais me transmitiram e que respiro silenciosamente em aversão, dando as mãos ao livre-arbítrio
pelas vezes que me rendi ao sistema capitalista e à minha veia empresarial imobiliária
por me perder e te ter como bússola
por querer cuidar de você e ser cuidada por você
por errar
por ousar ser sua base, seu chão, seu pouso, seu lar, sua casa
por todas ilusões que criei para sobreviver
por querer viver a realidade ao teu lado e querer que você quisesse o mesmo
pelo meu feminismo romântico
por, além da necessidade, gostar muito do trabalho e do estudo e te admirar pelo mesmo
por ter te transformado na minha máquina do tempo que me leva de volta aos prazeres da infância
por querer compartilhar toda beleza em volta de mim e o pouco que aprendi e adquiri nesta vida contigo e desejar o mesmo de você
por manter-me curiosa diante dos tempos, das culturas e dos gostos, mas querer explorar o mundo e continuar a viagem contigo
por misturar tu com você (e eu e nós )
por ter tido vontade de fazer teatro junto com você, considerando o que temos de melhor em cada um de nós
por mal interpretar e desentender alguma palavra, impulso ou plano seu
por ter falhado em compreender qual era o pacto
por precisar tanto do meu espaço e não te fazer perceber isto
por ter acreditado ser possível conquistar, curtir, fazer ficar sempre bonito e gostoso contigo um apartamento em São Paulo outro no Rio (ou só num lugar do universo destes qualquer)
por ter acreditado ser possível conquistar, curtir, fazer ficar sempre bonito e gostoso contigo uma casa no interior ou num litoral destes
por ter acreditado ser possível conquistar, curtir, fazer ficar sempre bonito e gostoso contigo um cachorro ou um cavalo ou uma galinha pra dar ovinhos ou uma tartaruga ou uma vaquinha para dar leite (ou não)
por me virar sem você, ser independente e insistir na nobreza espiritual do amor verdadeiro entre um homem e uma mulher, por insistir em você e eu, por insistir em nós
por ter acreditado ser possível conquistar, curtir, fazer ficar sempre bonito e gostoso contigo um irmão ou uma irmã para a nossa filha (ou não)
por lembrar do teu pedido de casamento, da minha reação, da reação da sua tia internada no sanatório
por ter gargalhado com você com a cena da sua mãe e suas tias comemorando a boa (e imaginada ) notícia de que eu estava grávida de você
por ter me dedicado tanto ao brinde e as dificuldades do seu primeiro grande trabalho
por ter jogado incessantemente com você à espera do primeiro contrato
por ter me anulado inúmeras vezes
por ter contado contigo para fazer da minha filha um ser humano melhor
por ter confiado tanto em você e esperado o mesmo de volta

por não estar conseguindo me libertar desta dor
por colocar a chave desta prisão em tuas mãos

só quero teu perdão, teu sincero perdão,

com a promessa de que estou me cuidando, como você me sugeriu em todos finais de telefonemas

Me perdoa, 
( mas me perdoa só se realmente estiver me perdoando em cada um destes itens, se em algum deles você não tiver me perdoado, me diga - ou não - e saberei )


Te agradeço de antemão 


Wednesday, August 23, 2017

puta transa

O que buscam estas gêmeas
na patologia dos escrotos?

Terá algo a ver com punição?
Roubaram algo do pai?O pênis talvez?

Que loucura a beleza da sua tez
olha só, pára agora, goza logo, 
tem alguém ali fora esperando a vez.

Promessa

Jamais serei de novo senhora 
de um belo homem machista 
talvez com outras categorias 

( progressista, feminista, abolicionista, alienista, anestesista, anti- militarista, arborista, behaviorista, acordeonista, antagonista, protagonista, biografista, bolchevista, ceramista, contorcionista, cronista, deflacionista, economicista, eletricista, etimologista, exibicionista, garagista, evangelista, fossilista, malabarista, linguista, marxista, nudista, paisagista, percussionista, paulista, pacifista, otimista, psicanalista, tenista, utopista, xadrezista )

até mesmo adoráveis istas
pra posar no insta
Jamais me colocarei novamente de fora
de um mundo de trabalho 
de raridade em essência.
Tô fora é do sistema 
Sou Nora,
criada por Ibsen,
nunca gostei de brincar de boneca.
Meu faz de conta é agora
nesta ilusão que invento
pra fazer você crer
que é cavalo antônimo merecedor de penhora.


Transformação, é chegada a hora .
Virei novela da Jane Austen

Na aquarela diária 
x
Quem é você pra acreditar que pode me manipular?
Me impedir de conversar na terra onde sempre fluí…
São tantas histórias, meu bem,
por onde passei, ri, brilhei…
e eu as abri
como um livro que não te deixa dormir.

nesta Inglaterra perdida em série.
Este não, este não, este não…faltam candidatos…
à nossa presidência.
Vamos brincar de ser humilhada?
Você me dá banho de dinheiro
e pergunta se é por isto que estou ao seu lado.
Nuvens milionárias
verdes prados fluorescentes musgos
bonitos castelos
pianos desnudos
uma estufa onde cresceu uma bananeira
e onde habita sozinho
um passarinho
tropical
triste.

Amor, vou depilar à moda brasileira
Bucetas grandes pequenas
e o bigode do Hitler como inspiração.
Como pode alguém nisto sentir tesão?
Tá aí algo que não falta no mundo, 


Preferia estar agora num filme de ação,
cair do segundo andar do saloon
em salto vital
sem impacto algum.
Pápápá
vrum vrum
Você na sua moto
eu loira loirinha

Percebo no lance, você tem raiva inveja de mim:

“vou acabar com ela
pouco a pouco
espizinhar.
Será meu melhor brinquedo
aquele que destruo
porque posso reconstruir
sem pé nem cabeça e com coração em pedaços espalhados pelo intestino
sou moleque
e tenho este passatempo de menino
desmonto 
porque depois

CORTA!
não, não, não
é esta memória aqui.
Barras de chocolate e havaianas eram os presentes de natal. Nada mais.

Uma vez entrei no caixão do morto
para fingir praquela vizinha
que a sanidade dela se esvaía
Boa, eureka!
Não terá mais consciência sã a boneca!

tenho obsessão mesmo é pela cor verde
tá pensando em floresta
como se fosse o que nos resta?
é precária 
hipócrita
esta noção
verdinhas são
a mais alta casta de opinião…
E foda-se a mata!

Você pensa que não sei que você sabe que o que sempre quis era o que tinha?
Que o que queria era te dar esta rasteira e te tombar deste posto de rainha?
Você bem sabe o que é golpe, né, gatinha?
Miau miau
um beijo e tchau.
ciao, bella, buona notte
dorme com os anjos e pede proteção
você vai precisar
se quiser sair da ilha
e nadar nadar nadar
no teu (a) mar


dor latente


Tá doendo em mim este rim.

Trrrinta e trrrês!

Espingardas atirando algodão
É natal, já já carnaval e fantasia
tantas rolhas bebemos
e marquei a testa depois daquele campeonato perdido.
Bebemos whiskie
te ensinei a jogar
e no buraco
esperamos
esperamos
e esperamos
jogando e bebendo

uma criança de 3 anos
aprendendo a pronunciar
trrrrrês
trrrrrinta
trrrrrrinta e trrrrrês
o  médico pediria
“fala 33”
trrrinta e trrrês
E diríamos, já infartando

uma negra linda e gostosa
canta e 
nos faz pastéis

de carne

idílio hipócrita
ipanema
vento e lua
cheiro de sal de mar

um negro lindo 
gentilmente
a nos elogiar
limites de um mundo exposto

sua crueza
sua dureza
você torceu esgarçou até o fim
não sobrou uma gota
no tubo de ensaio
do seu laboratório
na sua tese de mestrado
sobre história do Brasil

“Chicotes nela!Maltrata!”
e me tornei culpada 
por toda esta sociedade escravocrata.

Nasceu branca 
vestiram-na com maria chiquinhas lacinhos e tênis nike…
Abusaram das fotos 
da vontade de ser primeiro mundo.
comiam quindim e sorriam
comiam quindim e sorriam
os olhos da sogra vidrados

“veja bem garotinha,a vida não há de ser fácil assim,
chegou a hora de você sofrer, vou murchar todas flores deste jardim,
Daqui a 3 dias todas borboletas estarão mortas.
É o tempo real,
sem drama barroco.
Seu sangue vai escorrer e nossos lençóis 
fios frios sem filhos
vão estar misteriosamente passados a ferro
como aquele passarinho seco
que do ninho nascido morto sumiu.

ó, pequena vítima da burguesia
especulada na promessa de uma vida melhor
que em vez de apresentar preguiça
trabalhava, corria e insistia 
em explicar que couscous marroquino
não é igual farofa

Engraçado, minha mãe também parou no macarrão com linguiça.

virtualmente cruel

Simulacro opaco
Você nesta fotografia menor ainda que 3X4
E os pontinhos dedilhando
como se quisessem me fazer gozar

Te conheço de perto
Olhos fundos
tem algo em olhos masculinos fundos
certa doce rusticidade italiana
e um vício ancestral por dominação

“Isso, isso, é assim que se faz”

Uma pessoa, outra pessoa…
Somos animais bossais?
Meses de conquista
músicas enviadas
O que você queria, àz?
Poesia agora ignorada
e esta máscara virada pra trás.
Realmente a ambição dos homens 
é nada além que um prato de comida
ou melhor dizendo,
uma boa trepada
e uma dormida.

Só que agora, querido mestre
viro peste
te encaro
sinto vergonha do meu desejo
por que?
Afinal de contas qual ensejo
me leva
a querer saber de você?

Resgate do meu eu menor 
era mais eu aquele eu?
Pequena cristã na arena com leões
Quanto prazer em destruir corações

E agora me jogo no coliseu
meu corpo fala
me devorem!
Pra corroborar talvez
as pragas de minha mãe
em magoadas orações.
Aquelas missas
construindo esta minha culpa.
e a busca pelos homens do interior,
pelos homens do norte
esta viva fascinação.
E no colo dos homens mais velhos,
a confortável compreensão.

Antes não tivesse esta necessidade de dopamina no cérebro

cia

Não tenho companhia
nem de teatro

nem pra ir ao

"fui correr e já volto" - novo " vou comprar cigarro e já volto "

Maldita manhã ensolarada,
em que você saiu pra passear
sem nem bom dia dar
me deixando aqui prostrada.

Quando chegarei a este nível salutar?

"você pegou minha mão, lembra?"

Nasci pequena
monstrinha
“vem aqui catar conchinha?”
você me diz que disse
"então, você não entendeu?"
você me diz que eu disse.

Sinto algo ruim
a te olhar nos dias de hoje
me relembrando
“não sei lidar com sua paixãozinha
- foi assim" 
E eu aqui com estes brincos de marfim.
Cadê os cavalos que deveriam estar correndo aqui ao lado?
Cadê os chapéus e as apostas?
Acho que você viveu certa ilusão ou sou eu ainda?
“Tinha absoluta certeza que íamos ficar juntos”
O filme acabou? Chegamos ao fim?

“E sua mãe? Não desenho o quadro, a figura, nunca vi…”
O que me faz pensar
tantos verões
quantos anos, amor…
Você me refresca na memória imagens reais
Onde estava minha mãe?

Me fazendo crer
num príncipe encantado
e me levando a ignorar
o não sei que nome dar 
que estava ao meu lado.

Não a culpo
Ela me ensinou a amar o teatro.
Mas tampouco ela aprendeu a técnica do jogo cênico
e quando a peça acaba
a vida termina
e quando a vida começa
a peça fulmina.


Wednesday, August 16, 2017

Cordilheira do Amor ou Nevou no meu Brasil

Nevou no meu Brasil”

Eu no meu cavalo, montada, seus olhos por todos os lados. Você me vê. Te vejo.
Ah, Cordilheira, quantas pessoas se perderam entre seus vales? Como se atravessa um acidentes destes? Como foi a tremida da Terra pra você nascer? 
É preciso subir e descer, subir e descer, 
perfurar desanuviar, saltar, esquiar, fluir em puro prana. Aceitar o vazio à frente, 
não saber o que falar, escrever, 
o que sentir, viver. 
Um cisco no olho, lacrimejo, 

um cílio caído no branco inteiro de um lírio enviado, recebido, enviado, 
entregue, lido. Ser amado. Ser armado. Corpo desalmado. 

Chegamos então à palavra que faltava. Onde ela fica nestas montanhas? A palavra, o verbo? Crer. Acreditar, acreditar na fantasia de um amor com fim. Assim como a vida 
com morte.

E a pedra crua marrom escura, a realidade acima de 0º, os campos onde árvores não cresceram sequer morreram, oxigênio seco e aviões cinzas, a bancada agrícola dominando o planalto, juízes democráticos apoiando populações ribeirinhas, as ditaduras na América Latina, o efeito Orloff em nós. Eu sou você amanhã.

Mas que meu amanhã sem você seja meu, meu só meu, Cordilheira, 
que seja resgatada a identidade brasileira,
e que eu não esteja perdida apesar da iridescência ofuscada… 
Que todas manhãs sejam paz brancas ingênuas abertas e leves…opacas… 
novamente, sempre novamente… 
e que eu esteja preparada para o frio… 
porque é preciso manter a pressão alta, 
sem autoritarismo, ditadura, vaidade, censura, casta ou machismo, 
sem qualquer ismo… 
tudo é uma questão de gosto ou 
liberdade

Vênus Vênus Vênus, ela, Venezuela, sua origem, Cordilheira, sua Deusa nascida da madrepérola, 
Afrodite oriunda da espuma do mar, 
Planeta ancião dos vulcões do mundo.
Terra de gritos vãos.
Vista-me de vermelho, dê-me coragem para o outro.
Quem é você? O que você pensa? Mas quem é você? E mais: quem sou eu?
Onde estamos? Quem somos nós? 
Vênus do amor, estrela d’alva no céu, me aponta. 
Importa? Pra quem?
É uma questão de mercado?

Tem o amor ao amor e tem também o medo do medo. 
Uns se deixam amar. Outros têm medo. 

Aceitar o vazio à frente, não saber o que falar, escrever, o que sentir, viver. 
Neve. Neblina. Branca, prateada.
Chegamos então à palavra que faltava.
A palavra, o verbo, onde ele fica nestas montanhas?
Crer, é preciso crer para se manter vivo. 
Mesmo que a paisagem seja triste ou simplesmente esta. 
Considerara esta cordilheira andina,
com pirâmides e patas de leão 
de pedra,
mas nada resta.
Fogo de palha.Nem sambaqui.
Arqueologia efêmera
assim como um tupi
niquim.
Nem analisa
nem lembra não,
isto é pra mim. 
Uma raposa na surdina,
não suporta museu.
Seres humanos inventam 
piscina,penicilina, 
preconceitos, trejeitos,
desfaçatez 
água com gás, 
creme inglês, 
guerra e paz, 
mas este morango, este morango, cordilheira, é milagre divino. 
E este vinho foi Baco quem fez
quando ainda menino 
as uvas espremeu. 

Loucura sagrada, sou tua noiva profana. 
Somos astronautas no seu foguete Challenger, 
preparados para explodir. 
O que mesmo não pode vir antes? Ácido ou Base? 
Geléias de jaboticaba feitas em casa 
elixir
colocado 
no cume 
do pão.
Frutas pretas que nascem 
coladas 
ao caule, 
bonita, gostosa, especial, tropical.
Mulheres projetam Asas Deltas sobre o céu daquele que parece o Dois Irmãos. 
Sobre este platô poderíamos botar uma televisão. 

Peixes Peixes Peixes no reino encantado 
de um sítio 
do picapau 
amarelo,amarelo, devagar, 
o sinal, o sinal, 
cautela cuidado. 
Balde de água fria. Frieza. 
Surfamos de long John, então? 
Não. Pra quem reinicia, mar revolto não

Nebulosa e branca está a cordilheira. 
De frestas profundas e nefastas é bela inatingível.
Desenrolo sobre a neve gélida que você se tornou. 
Sou avalanche. Eu sou avalanche. 
Rasgo em busca do espírito que me deixou. 
Soul. Alma zombando de um corpo que tem prazer no flow. 
Este sim está aqui, ficou. 
Digam ao povo que meu corpo ficou. 
Está aqui sobre este cavalo, 
tum tum tum tum. 
Digam ao povo que meu corpo ficou.

Regado a rum.

Nesta terra fértil onde tudo floresce,
voam cavalos alados.
Crianças em trenós, 
não estão armadas 
são almas sorrindo deslizantes
não traficam por aqui, vejam só, 
as crianças brincam,
se penduram, mergulham dos cipós!
O lixo está camuflado, nevou!
Nevou no Brasil!
Tudo pode aqui pode tudo aqui, acreditem! 
Até amor verdadeiro depois do gozo branco arrebatador
e as outras mortes são pequenas, 
pequenas mortes
que só dão brilho

à vida.






“Pintura que fala nº 1: “Cordilheira do Amor ou Nevou no meu Brasil”
Daniela Corrêa Fortes

Tinta Acrílica sobre Tela + Escrita + SoundPlayer/Fone 
100 cm X 80 cm

Sounddesign: 
Rodrigo Marçal

Interpretação: 
Olívia Torres









Wednesday, August 09, 2017

galinha de ouro

Você me chupa, me lambe, me trai, 
canto, canto, canto...quantas pernas, 
te mordo na cox, 
xinha 
cachorra que sou; 
a galinha é de ou-
ro 
e anda na gra-ma,
minha 
reluz flúor 

nos den-
tes 
comerciais.

Tuesday, August 08, 2017

Vento Dentro sem Fogueira

A chaleira canta
o vento da minha infância.

Será que o Beto já dormiu
ou toca um Beatles no seu violão?

Já olhei a lua
sem rede pra balançar
do carro na rua
Aqui vou trabalhar
Apagar o chá
Me olhar nua
parar de sonhar.

A vida real conta
que o vento do entardecer
entrou na chaleira
e só toca mesmo
pra me lembrar
que o Pablo morreu de câncer
e que o gás pode acabar,
se eu não pagar a conta.

Tonta.

Sou a moça que não soube ser amada.
Precisou morrer de amores
para perceber outras dores.
Passou a se brotar flores
para suportar os horrores.

(...às crianças do vasto mundo,
que elas saibam ser amadas)

Foi tanto te amo te amo te amo
que quando o amor apareceu de fato
teve que sambar escondida na moita
camuflada no mato.

Foda-se o que não está em mim.
Fodam-se as conquistas do império.
O que sou eu afinal?
Carne de negociação?
Pra que me colocaram aqui afinal?

hahaha
a criatura pensa
e
antes tarde que nunca
aprende
e se permite
ser amada
sabe por quem?
por quem está mais no interior do interior
dentro fundo
com sotaque e afeto

e coração bom.
cadeira de praia
tempo em vão.

por aqui acabou o teatrão
queremos gaivotas
goiabadas
tangerinas
roleta gamão tapão.

sem eira nem beira sob a presente amendoeira

com você reconheci meu eu
você se foi e me roubou de mim

minha relação com a natureza
passou a ser sobre você
minhas árvores são suas
minhas praias seu sol
minhas ondas sua inaptidão para o surf

E eu?
Cadê eu?
Cadê meus pés queimando?
Cadê minhas costas tostando? Meu cabelo curto, aquelas mãos e as trilhas?
Cadê o cheiro destas folhas úmidas no chão?
Cadê minha filha dançando ópera com a caixa de som?

Nesta praia cresci eu.
Sob estas amendoeiras estava eu.
Elas deram sombra à mim.

Eu era eu?

Chapéus de Sol não vou chamar assim
amendoeiras são.
E da mesma maneira que não encontro fim
barreiras crio para a memória do grão
de areia
que esperneia
em vão
diante do mar revolto
torto corpo torto
remexido
pelo trovão
pela tempestade
por você que se diz são
fazendo de mim só coração
que mente
até pra si
este tempo ido
fingindo para este corpo vivido
à própria idade
que o presente
ainda te pertence.
Devolva-me a mim
ou permita que eu recupere
seu simples impensado e sem teimosia, vaidade ou machismo
sim

Monday, July 03, 2017

dança ímpar

A liberdade
de cada um

e a dor que bate
tum tum
pela liberdade
tum tum
de viver longe
sempre longe
sempre aqui
perto
à distância

Que tipo de afeto raiva é este?

Alguém entrou
usou
não agradeceu
o sonho ignorou
destruiu
cresceu
a criança abandonou
não instruiu
Valeu

O amor
de cada um

e a sucumbida que dá
em cada tum
dos envolvidos

tum

tum


as pessoas falam
distraídas
de saída
se abalam


o creme inglês dá o sabor do milagre humano
O creme inglês dá o sabor do milagre humano
e o morango o sabor de Deus.

Viro uma guitarra
ou um emoji de coração nos olhos.

Um possível ballet.

Ah
os seres humanos
Estas vidas que nada valem
e os poucos que algo inventam

penicilina
teatro
piscina

água com gás
foguetes
trejeitos
preconceitos
guerra
e paz

a diferença entre o poeta e o compositor
Um entende de música o outro procura a dor

Oh, my dear, perdoa ser assim tão careta, sonhadora, tupiniquim...
Ai de mim...
O cigano me disse que amor a dois é uma doença da cabeça da humanidade.
Embriagada concordei e não consegui me entregar.
Banalidade.
Só o que falta no sacrifício do meu corpo a Baco é não me apaixonar.

Seu ogro, prefere a professora?
Oremos então.
E eu serei pra sempre
pra todo sempre
sua dança sem par
sua dança ímpar.

Thursday, April 27, 2017

Projeto de Felicidade Descartável

Quando o projeto de felicidade não dá certo
Ficam as fotografias do projeto
A história mal contada
O pedido de casamento atrasado
desfeito
O defeito
e o canto da caverna
onde foi escondido tesão

Personagem bem sucedida faz apaixonar alguém
de perto ninguém é normal
as estrelas são iguais
o brilho ofusca
gente faz merda
(quase) todo dia

de perto gente é gente
tem a panela no fogo
e quem não sabe cozinhar
de perto tem a panela e quem não faz parte dela

foi escolhida a loirinha da turma
mas trocaram os envelopes
puxa, como desfazer o prêmio promessa
Felicidade pra você,
não,
com ela não.
Não.

livrando-se do disfarce da humildade
assim que os figurinos são oferecidos
marcas e brandings
vestidos de ego
não se admite neste local estar junto de alguém que seja só alguém

mesmo que exista amor
apague
não é isto que vale na vida
meu partido é dos trabalhadores
poesia dá trabalho
mas se não dá dinheiro não
põe mesa
e se não põe mesa
não faz a sopa brilhar

Por mais que afeto repleto que seja
beleza envelhece
e o pastel da feira
faz a crença em si
tornar todo óleo do mundo descartável.

amor, haha,
leia o Eclesiastes e entenderá

Wednesday, March 22, 2017

enquanto não houver perdão não haverá amor

O que é esta coisa que desmilingua o ser em contradições e paralisa a mente pensante?
O que é esta coisa que rodeia os pavores e faz dançar os pavões em cores?
O que é este fruto que dá sabor ao paladar irrefutável?
O que é esta bateria pulsante do tambor interno desconcertante?
O que é viver estando morto?

Friday, January 20, 2017

Biografia em tópicos

Parede de azulejos laranja com bolas ovais
engatinhando com a mão no sofá marromaa
aaaaaacabelo muito loiros,olhos muito claros
mãe loira
tamanco da mãe
sapato plataforma
babá de branco
mudança para outro apartamento na mesma rua
biombo
sofá de couro cinza
mãezinha do céu,eu não sei rezar,mas sei te dizer que quero te amar
janelinha de vidro no alugar do buraco do ar condicionado
escorrega que vai do apartamento no 14º andar até a piscina do clube
porteiro
“me atravessa?”
escondida no canto entre a caixa de som e a parede da janela
“não debruça”
torradinha de espinafre
primeira morte
redação na escola exagerando a dor,nota 10,manda para o SOE
quem fica com a marca da mão na perna do outro
mãe,o Luca me bateu
você provoca ele
come!
Pão na privada
Pão enrolado no guardanapo jogado pela janela
dente do atropelado na noite anterior no bueiro
freio de ônibus
festa no Monte Líbano
destruindo a raquete de tênis
solidão
mão nos peitos da irmã
Mickey Mouse na Bahia
beijo visto de baixo
órgão,pé,mão,mão,pé,mão,mão
porta de madeira com a parte de cima arredondada
chora passando a unha pela madeira
barata no lavabo
hambúrguer de massinha
sabão na escada em dia de chuva
bunda assada
brigadeiros com leite e mel na receita secreta à venda na rua
dor de barriga
tartaruga
hamster da festa junina de presente porque acabaram os brindes
pão almofadinha na chapa
Tatati gordinha
mãe da Fernanda é artista plástica
queijos e vinhos?
pai da Fernanda é médico da seleção
Moreira Franco
Nós vamos invadir sua praia
pivetes roubam o rolex dele
morre o adolescente do prédio ao lado
sundae no clube
brincadeira no telhado do parquinho,por cima do muro com os meninos que vendem tangerina
eu sou um anjo
eles acreditam
avião do meu pai
poltrona só para mim entre as poltronas dos adultos
Luca tem medo de avião
mamãe pode perder toda família
Vai,Nicó!
Você pode mais!
Minha irmã quer posar para Playboy,acho.
lagoa azul
pentelhos nascendo
você quer que eles nasçam!
vasco
gravata borboleta colorida
uuuuuuu uuuu uuu
comendo alho cru no ônibus,com 1 hora de viagem
garota do cabelo reco
menino com problema nas pernas
Pililipe porque o F do Felipe dele era com PH
Tia Violeta puxa orelha
saia-calça levantando no queimado
penteado que não foi feito por mim
banho de mangueira
vida de Jesus Cristo
vídeo monstruoso
crianças dormindo
coisa mais tediosa
fantasma da inflação
morte de Tancredo
bandeira no caixão
galinheiro em Brasília
bebendo o leite do gatinho no jardim
piscina,vôlei,passagem secreta
big bol para fazer natação
Vai,se vira,tchibum!
Carlitos anda a toda
risada do Carlitos
Carlitos no carnaval
escadinha de primo
olha a cabelereira do zezé,será que ele é
de fralda com pé na terra batida
futebol
taco
bicicleta sem rodinha
prima larga a mão,estou sozinha!
água salgada entrando pelas narinas
bulinação na rede
papapapel
barrados no baile uowow,só viviam dando detaalhe,mas isto é que dá,cê querer frequentar…
escondida no armário de cima,”manda dizer que eu não estou”
e esta carta  vai para…
semelhança entre Fofão e Kiko
subir na caixa d’água
é tão lindo,não precisa mudar,é tão lindo,deixa assim como está e eu adoro,te adoro…
bicicleta de dois lugares
empadinha na areia
é tão lindo não precisa
maria chiquinha
hipoglós no nariz
churrasco
coração de galinha
tempestade na glória
engarrafamento na estrada
bananada
finge que tá dormindo para botar o neném para dormir
trança na franja do abajur
roleta
buraco
vídeo virando a noite
camisa lacoste azul,camisa lacoste lilás,tênis da redley azul e amarelo,tênis da redley lilás
mochila da company
mudança para a casa da barra
não pode passar da ponte
cuidado com os operários
I’m crasy for you…
menino não entra
meninas clone
calça legging rosa
lasanha do la mole
foto na revista
futebol
handebol
maratona
teatro com a vizinha
“unchain my heart” no carro às 6 da manhã
rodízio
amigo no triciclo
rádio gravada no gravador entrevistando o caseiro baiano
cavando buraco embaixo da goiabeira para futuro escritório secreto
laboratório de fotografia
mão queimada da irmã
nariz quebrado da irmã
carro capotado
vômito
bulinação na piscina
bate com o carro na parede da garagem
atrasada para o jazz
engarrafamento na rua jardim botânico
dormindo no banco de trás do passat iraquiano
estofado vinho
dedo preso na porta do carro
pé torcido
broadway
paquita
corta a coxa ao meio
estupro
Cáritas professora de história
tia professora de religião
calça de elanca
bobo repórter
Fabinho
chupão na escada
bolo vivo
Felipe
Washington
padre Zé Pereira
70 pessoas
whiskie do papai
penetras
7 anões
futebol
Paulo Martins atropela a torneira no muro e abre a perna
mata aula
Da Veiga
rouba o cone e dá de presente para outra Daniela
“seus peito é bom e eu gosto”
faz sauna para tirar o bronze da praia
leblon
assalto
representante de turma
dinheiro da festa junina
Frei Vicente tarado
Pablo
nariz grande
Bazzoka
vídeo da vida
sapateado
sexo é a melhor coisa da vida na carta de Nova Iorque
“o que você cheirou o que fumou antes de escrever para mim?”
sapato de palhaço
48 kilos
cabelo metade loiro,metade preto
“cuidado para não ficar assim!”
você pode mais
Você tá gorda!
Morte do peixe
fugir pelo telhado,do telhado pro muro,do muro para a rua
mangueira que a mamãe plantou
sofrimento da mamãe
café da manhã para os nossos pais
“quando se viaja,não se tem fome,só sono”
mesa redonda de vidro no quarto
cerveja
pega ônibus
Everything I do,I do it for you.
Cazuza
Aids
Pracinha codinome BeijaFlor
primo protetor
laboratório de física
coquetel molotov
baseados enormes
toma,aprende a ser legal!
deixa de ser moralista
vamos salvar a Dani
você pode mais
lancha na carreta
canal de marapendi
quebra-mar
marola
conta na praia com o Baiano
cerveja às 7 da manhã
papai tem 5 filhos
mamãe fica nervosa no encontro com o astrólogo
piano
transa embaixo do piano
festa coreografada
viagem de fusca para o Maranhão
Benção de capoeira na Bahia
Mordida na barriga
Lolita e Professor Hupert
países e suas capitais
Fudeu,tô apaixonada pelo seu namorado
surfista de lagoa
black trunk
shit happens
dívida dos anos 80
sensation em Londres
you are a little trump
never never gonna give you up,I never ever gonna stop stop the way I feel about you,girl I just can’t live without you
esconde a mochila no buraco da areia da praia
pôr do sol na praia grande
cabelos curtos
músculos rígidos
so much thing to say right now
rapte-me camaleo,adapte-me à uma cama boa…
eu sou gay,eu já sabia,
tu é gay,tu é gay que eu sei,ha,ha
favelão
tenta se salvar
olha pra baixo da varanda
ela já saiu
aperta e acende
barra no espelho
bamba
acampamento
cicatriz no olho
cabelos compridos
deixa a menina sambar em paz
eu gosto de boite
bicho de pé
furúnculo
20 bombadas d’água para escovar os dentes
menina tomou o xarope de ácido e fez strip tease
Pepê tá chegando e a Renatinha ficou com o Zeca
Gaivotas voam
vaudeville no apartamento
entra um sai outro
parede vinho,joga tinta para voltar a ser branca
pézinho de maconha companheiro
sapato da porta
você não sabe de nada
vamos para a missa?
tapa na cara com a aliança
agência de turismo
bunda exportação
você pode mais
cigarro na varanda
oh loirinha tão bonitinha do pai
glicose na veia
carnaval em Friburgo
cachoeira Indiana Jones
Vale das 24 horas
vou derreter,vai  não, ó,é tudo real.
lobisomen
solidão
porcos
lama
árvore de desenho animado
Luciano Brown
Flavinho
São Conrado canto direito
no canto do cisco,no canto do olho,a menina dança,dentro da meninaa…
Duda
bicicleta pintada
rocinha
encaçapando todas no boteco
vespa
cocaína
Dedé
soco no vidro para não socar você
dormindo no volante da parati
carro em cima do canteiro
acabou a gasolina no rebouças
não chega para a entrevista na band
porre de cointreau
vou morrer por você
se você for dormir em casa você não volta mais
sufocamento
Bahia já me deu,graças a Deus,régua e compasso
sou filho de Dodô e Osmar
eu inventei o trio elétrico
sai daqui,você não é daqui,meu filho não te merece
Jorge Amado,zélia Gatai
Danica
desvirginei você
Maria ninguém,é Maria como as outras também…
rede no catete
memória televisiva
agora você vai ouvir aquilo que merece as coisas ficam muito boaas quando a gente esquece,mas acontece que eu não esqueci
poltrona em frente à TV,cigarro,futebol,política
pistache
transa do vizinho da frente
bolo de aniversário caindo no chão
elevador
É a Maria? É a Maria? É a Maria,é.
Love me love say that you love me,fool me fool me,go on and fool me…
forró
Mario Vargas Losa
gatinhos chupando mel na buceta
insônia de amor
quase morte
teatro que salva
mediunidade
hoje é o dia perfeito,hoje é o dia perfeito para morrer,hahaha!…
choro
secretária eletrônica
bolo de laranja
atravessa a rua
desce correndo pela mata
o que você quer ser? A nova Neuzinha Brizola?!
Conhece o Guilherme de Pádua? Vou te colocar na cela com ele…
Cama elástica no jardim
There will be time,there will be time,time for you and time for me and time yet for decisions and revisions before the sip of a cup of tea
macacão marrom
você pode mais
cabelo ruivo
pintura de cabelo
pobre menino rico
índia potira apaixonada
na hora do vamo ver você amarela?pára de brincadeira…
acrobacia na pista de dança
cerveja na cabeça
Didier
guerra em Kosovo
fax escrito na The French House
letra minúscula para não ser mais que uma página
enfermeira de guerra
Larent Garnier
vizinho homem bomba
transfere a festa
filipeta às pressas
camisa amarela
bilhete nos bolsos
“tô perdidamente apaixonada por você”
intimidades de Caetano no natal
banho de mar no vidigal
gritos de alegria
caipivodka sem vodka
rede amarela em Fortaleza
futebol na maré seca com as crianças
orçamento da prefeitura pintado na parede
todas as crianças alfabetizadas
Solón
herói era César Oiticica que ensinou o vegetarianismo para os índios!
pé da Denise Stoklos
Brasil 500 anos
força militar nacional
Feira da Providência
Foucault
Lapa
Max Weber
secretária
maratona tântrica
hoje eu vou correr tanto,tanto,correr tanto hoje,tanto
vídeos
final cut
isn’t it?
jornal de imóveis cor de rosa
enjoy yourself it’s later thaan you think
Berlim
menstruação
vestido comprido
bochechuda
camisinha suja
tortura psicológica
árvore de natal de presente para a sogra
minha mãe namora esta tal Ivone
controle do sfincter
caipivodka
camarão com gerimun
engarrafamento 
banho de mar
ensina a sogra a nadar na lagoa fazendo bolhinhas
ele é grande,ele deve ser gostoso
passa de calcinha no corredor
arte com catchup
champagne pro operário que apareceu pendurado na janela
Nepal
conversa com o computador do carro
Itaquatiara
Buzios
carona no capô
senti uma coisa boa,quando ouvi este nome
prancha esculpida
você sou eu
solo na tijuca
coluna
banheira de santa teresa com Tylex,Fernando no telefone e ataque de riso
canção composta e cantada na floresta
rio de água mágica
Ofélia
choro da atriz
câmera profissional
night shot
quadrinhos
pó de resina
Erneeesto!
sobrenatural
Valsa nº6
papéis pelo chão
pé de bananeira
aquela plantinha me irritou
andar para o foco? Coisa mais velha!
vestido vermelho
cortando os pentelhos
realidade ficção
Seu Luís
comida a kilo
falando francês
descampado
nu
Roberto Carlos
uhum
pega a bolinha no ar
Zidane!
cartaz da Lancome
bolsinha da Ludmila
porre da Raquel
bonde
feijão no apart hotel
vocês ensaiaram isto,né?
fominha,Dani?
mas a flor do desejo do maracujá,eu também quero beijar…
fogos de artifício
árvore do descanso
graxa do trilho na camisola
vinho no almoço
torta de mirabelles
legenda na cartolina
jogo
efeito de tempestade
pirofagia na rua
Padam Padam Padam
anda na corda bamba
desce a pirambeira
revive o medo da morte
quero,quero ser chamada de querida
choro no banheiro
tremedeira
palma da mão da nêga
dança do cobertor
reunião na rua Alice
Clarice Lispector infantil
Vamos cortar o cabelo dela
serpente que fuma e se questiona
Japão
samurai
pensar na morte todos os dias
construir parede verde com barriga
cobertor de feltro por trás da fibra de côco
olhar de maluco por trás dos óculos
os alquimistas estão chegando
esconde o cocô
medo
trajeto da merda,design da privada
desenho da estante
desenho do chão
Vai,Brasil!
nascer do sol
banho de sol
pequenininha
peitão
Japão
cobra
enguia
amiga
recado do Buda
humildade
karaokê
Tokyo
cruzamento na diagonal
solidão
vinho pela metade
tragédia
tumor no cérebro
urgência em ser feliz
seu medo me assusta
fortifica seu espírito
canta
silencia
fazendo carne assada
não é,meu amor?
canoa
arco-íris
barco
facebook
neve 
dedo congelado
briga no metrô
meditação
you turn your computer there and you can talk with me here.
casamento
mesa 1,assento 3
terceiro mundo
eu posso menos
eu posso mais
prazer
calma
educação

uma das coisas mais lindas da natureeza e da civilização…
buraco
culpa
lágrimas grossas
golpe
aviões que caem
pessoas que não mudam
trabalho verdadeiro
filha
respeito