Peça do Joelson no Sesc Copacabana. acabou hoje. Na verdade, crítica da crítica da Bárbara sobre a peça do Joelson: Bárbara passou dos limites desta vez, não através da costumeira escrotização, mas, desta vez por preguiça. A crítica da peça do Joelson, era, em sua metade a transcrição do texto que o diretor escreveu no programa da peça.
Bom, então falando sobre a peça. díficil saber se ele é um fascista ou se ele é um cara que está a fim de falar sobre o fascismo. Talvez eu esteja sendo um pouco exagerada e até ignorante como todas as pessoas que moram no prédio da Praia de Botafogo, onde mora um dos personagens mais maus da trama.
Tem trama? Tem alguma, mas, poderia ter mais.
Eu gostei da peça pela coragem do Joelson de chegar, juntar os atores, escrever, dirigir e colocar em cartaz, afinal de contas, isto não é nem um pouco fácil e ele fez.
Bom, aquela música do Vinólia, sabe qual é? Do Vinólia? Como é que é? do sabonete? É Vivaldi, caralho! Esta frase poderia ser dita pelo Joelson, acho... e aquele personagem tem a ver com ele, mas, é exacerbado... O meu medo é que ao falar destas coisas, você estimule as pessoas a pensarem deste jeito. Nem todo mundo tem a percepção de que o teatro possa ser uma crítica ao que está sendo colocado ali. Como qualquer novela da Globo aliás.
O Fabiano, que é ator e anão, faz a peça também e isto é um trunfo que Joelson guarda, para o momento que a peça tem uma barriga e aí , com o anão entrando, ele acorda quem estava dormindo. O fato é que o anão é guerreiro e cínico. O Fabiano é um ótimo ator, consciente da sua condição e capaz de rir de si mesmo ( ele faz isto nesta peça). O fato é que nós , como espectadores, por não conhecermos o Fabiano pessoalmente, cheios de preconceitos e culpas na cabeça, ficamos achando que o diretor colocou o Fabiano ali, dançando uma espécie de "é o tchan" e sendo sacaneado pelos outros personagens... alguma pessoas não aturam ver isto com bons olhos, ou com olhos cínicos, ou com olhos distanciados.
Um ator é um ator, ele brinca de faz de conta, e o Fabiano faz isto muito bem. Dá um show, dá porrada na cara da gente.
E, se precisar, quando acabar a peça, vender chiclete no sinal pra ganhar um dinheiro, ele vai também.
Conheço pessoalmente dois anões na minha vida. Adoro os dois. São pessoas com cabeças boas, que gostam de arte e lutam por isto. Uma é a Bebel, Isabel Portella, que é curadora de museus, museóloga, gente fina pra chuchu e o outro é o Fabiano.
Voltando à peça do Joelson, tá falando disto mesmo, de preconceito, de maldade, de hipocrisia, de ignorância, dentre outras coisas.
Eu, que sou cidadã brasileira e tento trabalhar estas coisas, sem perder o cinismo e a consciência crítica, fico confusa, admito. É preciso acostumar-se ao exercício teatral, para se ver algo assim, porque na realidade as coisas são ditas, mas, nem sempre vistas ou ouvidas... ou até nem sempre ditas... Minha mãe iria ficar meio chocada se visse, eu acho. Mas, acho também que o que o Joelson queria era isto mesmo.
Diz aí, Joelson!
Ao contrário de Bárbara, a única coisa que não gostei mesmo foi o cenário e o figurino. Entendi a questão " trabalhar com clichês" que Joelson propõe. Vermelho, preto e branco. Banheira. Cadeiras de roda. Maquiagem de palhaço.
anão, atração de circo. Mas, prefiro ver uma coisa e depois outra... o visual poderia não ser uma redundância do que o próprio texto está expondo.
não sei , não, mas, desconfio ( positivamente ) deste cara. Valeu o trabalho. Sinto falta de delicadeza, de sutilidades, de mais cinismo mesmo . Pra falar destas coisas, dá pra não ser agressivo... o negócio é como.
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