segunda-feira, maio 12, 2025

Quando eu era Cabíria me permitia revelar fotos

rir do meu projeto United Collors of Benetton

esconder a falta de perspectiva

e perder brincos de brilhante em lençóis vagabundos.

 

Quando você era Fellini cheirava inseguranças e engolia traições.

 

Um dia o bombeiro hidráulico veio consertar o cano

até entendia da rebimboca da parafuseta,

mas dissimulei

porque é assim que uma mulher seduz

fingindo ignorância.

O homem enaltecido delirou com o vestido.

 

Dissimulei.

 

Era pecado dissimular, era pecado ser vaidosa.

Precisava atender ao cordeiro de Deus

e também flertar baseados de scarpin preto.

 

rir

rir

gargalhar

beber

não se preocupar

 

Quando eu era Cabíria me permitia noites 

em mansões e línguas luxuosas entre 

acreditava piamente no altar que se desmoronava com a luz do sol.

Fellini amou Giulietta porque era boa atriz.

 






 




sexta-feira, abril 18, 2025

Adolescendo

 

 

A câmera de segurança do elevador impede que a boca sem batom carmim

aproxime-se do espelho de molduras jacarandais num treino de beijo de língua.

 

Os sarrafos retangulares como riscos no teto sob o vidro,

exilam

a porta pan-to-gráfica cujos dentes divinais escrevem aparecer e sumir de sanfona,

tornando o calabouço longe e escuro,

para então dar lugar a uma enxurrada de palavras abertas;

num repetitivo encaixe de metal velho e rabugento



Memórias de uma criança

 

 

O ventilador de pás claro azul-turquesa gira sua hélice

não pro vôo, pra dormir.

Junto à rotação a translação, que da sua diagonal, pendurado ao teto,

cessa o motor quando a criança, deitada ao lado do adulto:

“Desliga, Ventilador!” - e um dedo rugoso no interruptor em comunicação com o triway do sistema

      afetivo

             des

                        acelera

 

 

 


 

Memórias de uma criança

 

 

O ventilador de pás claro azul-turquesa gira sua hélice

não para o vôo mas para dormir.

Junto à rotação a translação, que da sua diagonal, pendurado ao teto,

cessa o motor quando a criança, deitada ao lado do adulto:

“Pára, Ventilador!”

   - e um dedo rugoso no interruptor do triway do sistema

afetivo















Memórias de uma adolescente

 

 

A câmera de segurança do elevador evita que a boca sem batom carmim

aproxime-se do espelho de molduras jacarandais num treino de beijo de língua.

Os sarrafos retângulares como riscos no teto sob o vidro exilam

a porta pan-to-gráfica, cujos dentes divinais escrevem aparecer e sumir de sanfona,

tornando o calabouço longe e escuro, para então dar lugar a uma enxurrada de palavras abertas; num repetitivo encaixe de metal velho e barulhento

 

 

 


 

Memórias de uma criança

 

 

O ventilador de pás claro azul-turquesa gira sua hélice

não para o vôo, mas pra dormir.

Junto à rotação, também a translação, que da sua diagonal, pendurado ao teto,

cessa o motor quando a criança, deitada ao lado do adulto:

“Pára, Ventilador!” - e um dedo rugoso no interruptor em comunicação com o triway do sistema

      afetivo

             des

                       acelera



Memórias de uma criança

 

 

O ventilador de pás claro azul-turquesa gira sua hélice

não pro vôo, pra dormir.

Junto à rotação a translação, que da sua diagonal, pendurado ao teto,

cessa o motor quando a criança, deitada ao lado do adulto:

“Desliga, Ventilador!” - e um dedo rugoso no interruptor em comunicação com o triway do sistema

      afetivo

             des

                        acelera