Wednesday, April 29, 2009

por um triz

Enquanto eu conversava com ela, pensava que nunca havíamos tido uma relação direta, que sempre tinha alguém no meio de nós,fazendo-nos pensar isto ou aquilo... estava feliz em estar compartilhando aquela garrafa de vinho com ela, estava curtindo... ...falamos várias coisas...
... estranhas estas relações de trabalho quando somos artistas.Ninguém quer oficializar por completo nada, afinal somos artistas e no fundo queremos ser livres e temos um quê de românticos, mas, o pé no chão avisa, vai por aqui, vai por ali, agarra isto, troca mais... e de repente, entre um brinde e outro, a mulher na mesa ao lado em tom grave agarra o marido, bota os joelhos na cadeira e berra, urra:
- Não, não, não, pelo amor de Deus, não, agora não, ajuda, alguém me ajuda, alguém me ajuda...
Silêncio arrebatador no local um homem pega o telefone sem fio, outro corre pelo recinto e vai até a porta...
A mulher dá socos no coração do marido.
-Uma ambulância pelo amor de Deus!
-Alguém me ajuda!
E socos no peito do marido...
Eles tem outras pessoas sentadas na mesa comm eles, um casal jovem, filha e namorado? É isto mesmo? Ou será que era um casal de amigos?

Ela, na minha frente, tem a brilhante idéia:
- Um médico, tem algum médico aqui?
Dois homens se levantam de suas mesas e vem na direção do ...

A mulher
- ah, meu Deus do céu, graças a Deus!!! ele tá voltando...

-Doutor, os olhos dele tinham se revirado pra trás, eu nunca vi ele assim antes...

- O senhor está se sentindo melhor?

Ela fala comigo:
veja como o local fica em silêncio... e aos poucos o burburinho vai voltando...

Eu penso, ainda bem que este homem não morreu aqui agora...

Achei que nossos destinos estavam mesmo entrecruzados.
Destino? Que mania de destino?!

A situação aqui é: existe um trabalho. Você quer fazê-lo?
Quanto eu vou ganhar pra fazê-lo?
Pra fazer o que no trabalho?

E ele sobreviveu. Porque ela acordou seu coração aos socos. Porque ela não deixou que ele morresse.

Acho que vou pegar este trabalho.
Quanto mesmo?

Não sei...acho que vou pegar este trabalho...

socos no coração, seus olhos vendo de novo, toma um copo d'água.

Mas, o que meu será que eu você personagens....????????
tá bom, aguardo seu telefonema.

perdão

uma carta escrita e não entregue a um professor que falou mal da empresa criada pela minha família permanece numa caixa baú, será que ela era mais importante pra mim mesma? Será que é um erro reparável? Carta que não foi entregue. Por que eu não entreguei esta carta, que não escrevi e
?

Sunday, April 05, 2009

onda

Onda de ficção, água de mentira... você pode perder o poder de discernir entre uma onda grande e uma onda pequena, perder a noção do tamanho da onda... ter medo de qualquer forma, de qualquer 1 metrinho...achar que ela tem sempre de 5 pra cima... você pode olhar pra uma onda assim e reagir de duas formas, acreditar que pode surfar ou furar, ou não acreditar em nada e tomar na cabeça...

se a onda for de mentira, qual o tamanho do risco?

a ficção tem risco quando se percebe que é de verdade?

e a ficção da percepção tb?

a percepção das coisas se faz necessária sempre...

a verdadeira dimensionalização também.

fita métrica, relógio, calculadora

e um passarinho visitando a janela.

Queria voltar a surfar... acho que ajudava.

mas, e o tempo? o tempo das coisas? e como saber se isto é mais importante que aquilo? Agindo com inteligência, sensibilidade, maturidade, basicamente, coração e cabeça. Peito e membros.

Tristeza

abandonou tudo, deixou a geladeira esvaziar, esqueceu o nome do amor, cagou e andou, definhou, deixou o mato crescer, relaxou, engordou, foi ficando com teia de aranha, foi encurtando,desistindo, decaindo e finalmente morreu, de tristeza.