Nebulosa e branca está
a cordilheira.
De frestas ainda profundas e nefastas é
bela inatingível.
Vou por cima
Pouso as rodas
Do cume ao chão
Do quente ao frio
A perda faz meu espírito flutuar sem querer voltar.
Quando amo
meu espírito habita o corpo.
Entram em comunhão.
Quando desamo
desalmada fico
olhando o cume desta alma oscilante.
Já o corpo este
não sente o primordial desejo de subir.
Pra descer todo santo e a sorte
de um par de esquis ajudam.
Vou-me farta
desenrolando da cabeça aos pés
sobre a neve gélida
que você se tornou.
Sou avalanche.
Eu sou avalanche
Rasgo em busca do espírito que me deixou.
Re-encaixe. Conteúdo e forma desfrutando prazer
no flow.
Alma deslizante sobre um corpo. Este sim ficou.
Poemas de Nina Dadi ou Dani Dani ou Dani Fortes ou DCF ou Daniela Corrêa Fortes
Monday, August 15, 2016
sobrevivendo ao amor
Se você me matou eu não morri
tampouco você morreu em mim.
Sua existência
A opção que fiz de entregar tudo a este amor de alma,
perfurou meu corpo
e o corpo da minha filha,
constituindo o que somos hoje
e o que seremos daqui pra frente.
De aprendizado,
somente resignação
às agruras do destino
à impossibilidade do esquecimento
à consciência de que jamais encontrarei Deus novamente.
Busco salvação na ficção mas,
até mesmo nela, Hamlet morre
até mesmo nela, Anna Karenina se mata
até mesmo nela, Raskólnikov mata uma velha senhora,Gregor Samsa se transforma em inseto
e viciado nela Don Quixote perde o juízo.
Uma persona non grata entrou em meu corpo.
Não há possibilidade de festa.
É a falência do olhar
surpreendido vez por outra pelo desabrochar de uma flor ou a visita de um pássaro.
Minh'alma perfidamente auto-agredida busca o passado para se libertar do inconformismo diário, da angústia noturna, da dor no esterno.
Sou presença desnecessária no mundo,
mas meu sonho não,
passa o tempo aguardando a peripécia que virará a história.
Aqui habita um espírito inábil
que por ter gerado um ser
sobrevive ao amor
e reaprende o viver
só
Ponto
ou
this is not
The End
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