Fui Ver "Ovo Frito" em 20 de outubro, acho, direção de Moacir Chaves, texto de Fernando Bonassi, com Alessandra Colassanti , Julia e Luciana... sou ruim de sobrenomes. Achei bom. É quase uma leitura interessante dos próprios pensamentos, porque é tão atual e tão sobre todos nós e sobre o que estamos vivendo... que acabamos nos identificando... e que... e que - o texto abusava dos " e que 's " -
... e que... o consumismo capitalista é a única promessa de um mundo melhor - pelo menos é o que interpretei de um dos trechos do texto - hoje em dia todos desejam a mala de dinheiro, porque, tendo ela, a vida pode ser melhor, é como se a mala de dinheiro fosse a promessa da "vida eterna". Merece reza e comportamento específico pra se conseguir.
Merece escravidão, mesmo que disfarçada, merece tramóias e hipocrisias, merece que VOCÊ decida viver o dia a dia pra tê-la.
... a mala de dinheiro... quem não quer a mala de dinheiro?
... o céu passou a ser aqui e a "religião / sistema " prega agora que o cidadão deve desejar a mala de dinheiro ( honesto ).
O interessante é que Bonassi escreveu este monólogo, antes do fato ocorrido em Brasília.
Mas, o monólogo que mais gostei foi o interpretado por Leca, Alessandra Colassanti, que eram só perguntas. Leca é hilária, determinada, chique, alto astral, inteligente.
A producão da peça também é das meninas, ou melhor, mulheres, o que também me agrada e muito. A gente tem que fazer pra acontecer.
A direção do Moacir, no entanto, achei muito parecida com a direção de "Utopia", peça que ele mesmo dirigiu há pouco tempo atrás, no Planetário, que quem fazia era Dani Barros ( lindamente - e não é pra menos, ela é uma das melhores atrizes da nossa geração ) e Maria Clara Gueiros e Alessandra Maestrini. Ele se repetiu fazendo as atrizes falarem chorando, rindo ou de tal e de tal forma...
A composição do elenco também era parecida. Três mulheres, um texto escrito por um homem, cheio de informações políticas que tem a ver com a atualidade.
Apesar de que o texto de " Utopia " era aquele velho texto que a gente aprendia na escola, do inglês, olha o nome falhando de novo...
Vou vir com um post anexo depois só com as informações que faltam.
Enfim, é o texto da Ilha da Utopia, basicamente a primeira vez que se ouve falar esta palavra. Thomas...?
O mais interessante da proposta de " Ovo Frito " é que depois do texto do Bonassi, no segundo ato, acontece um debate, e todos os personagens que foram sugeridos na peça em formas de fala e intenções viram realidade, pois o público, que estava assistindo, toma a palavra e se manifesta. É muito interessante ver a diversidade ( limitada, claro, é a zona sul carioca, mas, não deixa de ter uma pequena diversidade ali ) articulando.
O debate depois da peça de teatro é perfeito. Meia hora de peça, meia hora de debate, dobradinha das boas. Teatro é encontro. Teatro é política. E é gostoso ouvir e tentar falar. É gostoso exercitar a palavra falada em grupo.
Poemas de Nina Dadi ou Dani Dani ou Dani Fortes ou DCF ou Daniela Corrêa Fortes
Thursday, October 20, 2005
Sunday, October 16, 2005
Premio Qualidade Brasil
Bom saber que existe um Prêmio de Teatro cujos jurados são um grupo de jornalistas anônimos. No mínimo é bom saber que além de Bárbara Heliodora, crítica tradicional e conservadora de teatro do Jornal O Globo, existem pessoas pensantes e com poder de comunicacão ( em massa ) assistindo a peças e pensando sobre elas. Enfim, Prêmio Qualidade Brasil, parece ser uma boa iniciativa. Não dá dinheiro, mas, dá reconhecimento e respeito a artistas talentosos na ativa .
Thursday, October 13, 2005
Parque Lage criança adulta
Hoje tive a sorte de ir de manhã ao Parque Lage. Logo que entrei respirei fundo e vi a luz do sol passando entre as árvores... minhas olheiras agradeceram e foram descansar em algum outro lugar do meu rosto... virei criança de novo, caminhando dentro da gruta pra chegar até a torre e me comuniquei com os peixes que vivem naquele aquário que tem luz natural...
O Parque Lage dia de semana é muito mágico, muito bom.
Vi adolescentes se beijando. Vi crianças vestidas dos filós e lycras mais variados, encarnando personagens de contos de fadas, cantando e peruando com pequenos tamancos... vi um lagarto tamanho gigante, que ao cruzar o olhar comigo, ficou tímido, atravessou a rua e se escondeu no mato. Vi um macaco na mesma altura que eu ( eu trepei numa árvore deliciosa pra tirar umas fotos artísticas prum trabalho de uma amiga )...
enfim... foi bom, ficar em paz com este lado da cidade...
... e pensar que aquele menino do Ônibus 174 poderia ter fugido por ali... se escapasse dos Snipers...
... e pensar que a Bezansoni andava pelada em cima do seu elefante ali...
Aliás, um homem com voz de mulher aproveitou a quinta-feira pra ir cantar ópera no alto da torre no meio da floresta... era um homem... bonito ainda por cima...
...e pensar que ali eu aprendi que não precisamos matar as formigas, porque elas são nossas amigas...
e que minha mãe me deu uma festa surpresa numa quinta a tarde, assim como hoje e eu levei um susto tão grande como se tivesse visto um leão na floresta... eu era uma criança boba... não queria chamar atenção e minha mãe sempre fazia com que eu chamasse atenção com as surpresas dela...
ela queria alegrar a minha vida e com isto alegrava a dela também...
... hoje agradeci e me arrependo um pouco de não ter entrado na piração dela naquele momento...
hoje eu rio. Naquele época enrubesci.
Uma amiga uma vez me falou que vivia no contra-fluxo... eu sou uma criança que queria ser adulta e depois que virou adulta , fica fazendo de tudo pra aprender a ser criança...
Caramelos pra todos!
Livros pra todos!
E muita dama na praça pros que sabem viver e rir~
hoje tem Torero Portero na Estação Leopoldina, espero que consiga assistir.
O Parque Lage dia de semana é muito mágico, muito bom.
Vi adolescentes se beijando. Vi crianças vestidas dos filós e lycras mais variados, encarnando personagens de contos de fadas, cantando e peruando com pequenos tamancos... vi um lagarto tamanho gigante, que ao cruzar o olhar comigo, ficou tímido, atravessou a rua e se escondeu no mato. Vi um macaco na mesma altura que eu ( eu trepei numa árvore deliciosa pra tirar umas fotos artísticas prum trabalho de uma amiga )...
enfim... foi bom, ficar em paz com este lado da cidade...
... e pensar que aquele menino do Ônibus 174 poderia ter fugido por ali... se escapasse dos Snipers...
... e pensar que a Bezansoni andava pelada em cima do seu elefante ali...
Aliás, um homem com voz de mulher aproveitou a quinta-feira pra ir cantar ópera no alto da torre no meio da floresta... era um homem... bonito ainda por cima...
...e pensar que ali eu aprendi que não precisamos matar as formigas, porque elas são nossas amigas...
e que minha mãe me deu uma festa surpresa numa quinta a tarde, assim como hoje e eu levei um susto tão grande como se tivesse visto um leão na floresta... eu era uma criança boba... não queria chamar atenção e minha mãe sempre fazia com que eu chamasse atenção com as surpresas dela...
ela queria alegrar a minha vida e com isto alegrava a dela também...
... hoje agradeci e me arrependo um pouco de não ter entrado na piração dela naquele momento...
hoje eu rio. Naquele época enrubesci.
Uma amiga uma vez me falou que vivia no contra-fluxo... eu sou uma criança que queria ser adulta e depois que virou adulta , fica fazendo de tudo pra aprender a ser criança...
Caramelos pra todos!
Livros pra todos!
E muita dama na praça pros que sabem viver e rir~
hoje tem Torero Portero na Estação Leopoldina, espero que consiga assistir.
ingressos esgotados
Tudo lotado na cidade. Shows do Tim festival. Peças internacionais do Rio cena. Filmes do Festival de Cinema... a dúvida que fica é a seguinte, como disse um amigo meu, quem são as pessoas que conseguem comprar estes ingressos?
Será que estamos chegando a ponto de termos de nos programar antecipadamente pras coisas a ponto de , primeiro dia de venda, lá estamos nós... porque muitos podem e querem participar da vida cultural da cidade.
Isto é bom. Mas, como eu queria ver Jan Fabre no Sérgio Porto... e Elvis Costello no MAM...
don't know what to do...
Será que estamos chegando a ponto de termos de nos programar antecipadamente pras coisas a ponto de , primeiro dia de venda, lá estamos nós... porque muitos podem e querem participar da vida cultural da cidade.
Isto é bom. Mas, como eu queria ver Jan Fabre no Sérgio Porto... e Elvis Costello no MAM...
don't know what to do...
Monday, October 10, 2005
TEATRO!
Foi uma noite de felicidade. A estação Leopoldina, batizada também como Gare Barão de Mauá estava iluminada com refletores e gelatinas, ressucitada com performances nos vagões enferrujados e dj's na estação e na plataforma.
Pedro Bernardes era o dj a inaugurar a plataforma, vestindo uma cartola preta e com dois pontos de luz azul sobre os olhos e um microfone na boca, improvisando em cima das músicas, ele arrasou deliciosamente.
E Flávia Costa, poderosa bailarina, atriz, artista da pá virada, encheu os corações de romantismo com seu solo "Cachorra" - dirigido por mim e pela adorável criatura Renato Linhares, no vagão 1.
Rafael Leal performou "A sombra de Beckett", uma figura clownesca reagindo à vida cotidiana, muito bom.
E Domingos, qual o sobre nome do Domingos? Ele é figurinista, mas, muito bom diretor e performer teatral, um amante das artes performáticas, um homem lindo com uma visão plástica delicada, enfim, Domingos performou "A Teia", uma espécie de cabine/quarto em que um homem estudava minuciosidades biológicas. Assitíamos a isto, através de uma vitrine, enquanto ouvíamos o poema " Los enigmas " de Pablo Neruda num headfone. Perfeito.
Sem falar nas instalações várias de Mateus Nachtergale ( plantas e aranhas dentro da cabine do motorista do trem - lindo! ), Vicente de Mello, Enrica Bernardelli...
...E DJ Dolores e Maurício Lopes na estação...
Foi a abertura do Rio Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro do Rio de Janeiro.
Todos dançavam e celebravam o teatro.
Até os desavisados: " Eu sempre achei teatro muito chato, mas, isto aqui é o melhor evento do ano! " disse e assinou embaixo, Bruno.
Pedro Bernardes era o dj a inaugurar a plataforma, vestindo uma cartola preta e com dois pontos de luz azul sobre os olhos e um microfone na boca, improvisando em cima das músicas, ele arrasou deliciosamente.
E Flávia Costa, poderosa bailarina, atriz, artista da pá virada, encheu os corações de romantismo com seu solo "Cachorra" - dirigido por mim e pela adorável criatura Renato Linhares, no vagão 1.
Rafael Leal performou "A sombra de Beckett", uma figura clownesca reagindo à vida cotidiana, muito bom.
E Domingos, qual o sobre nome do Domingos? Ele é figurinista, mas, muito bom diretor e performer teatral, um amante das artes performáticas, um homem lindo com uma visão plástica delicada, enfim, Domingos performou "A Teia", uma espécie de cabine/quarto em que um homem estudava minuciosidades biológicas. Assitíamos a isto, através de uma vitrine, enquanto ouvíamos o poema " Los enigmas " de Pablo Neruda num headfone. Perfeito.
Sem falar nas instalações várias de Mateus Nachtergale ( plantas e aranhas dentro da cabine do motorista do trem - lindo! ), Vicente de Mello, Enrica Bernardelli...
...E DJ Dolores e Maurício Lopes na estação...
Foi a abertura do Rio Cena Contemporânea - Festival Internacional de Teatro do Rio de Janeiro.
Todos dançavam e celebravam o teatro.
Até os desavisados: " Eu sempre achei teatro muito chato, mas, isto aqui é o melhor evento do ano! " disse e assinou embaixo, Bruno.
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