Monday, August 15, 2016

Corpo desalmado

Nebulosa e branca está
a cordilheira.
De frestas ainda profundas e nefastas é
bela inatingível.

Vou por cima
Pouso as rodas
Do cume ao chão
Do quente ao frio

A perda faz meu espírito flutuar sem querer voltar.

Quando amo
meu espírito habita o corpo.
Entram em comunhão.

Quando desamo
desalmada fico
olhando o cume desta alma oscilante.

Já o corpo este
não sente o primordial desejo de subir.
Pra descer todo santo e a sorte
de um par de esquis ajudam.

Vou-me farta
desenrolando da cabeça aos pés
sobre a neve gélida
que você se tornou.

Sou avalanche.
Eu sou avalanche
Rasgo em busca do espírito que me deixou.

Re-encaixe. Conteúdo e forma desfrutando prazer
no flow.
Alma deslizante sobre um corpo. Este sim ficou.

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