Monday, April 09, 2012

Estudos sobre “A Origem da Obra de Arte” de Martin Heidegger


Heidegger morreu no ano em que eu nasci,1976. A partir de certo momento da vida, ele falou sobre a arte. Escreveu “A Origem da Obra de Arte”. Ele foi um dos mais importantes filósofos do sec XX e se aprofundou na questão do ser em seu livro “Ser e Tempo” (1927). Heidegger fala de uma questão urgente, de vida ou morte, uma questão do destino do ocidente. O ser para o ocidente é. Ele quer resgatar a questão do ser, quer perguntar “O que é”. Ele diz que todo o racionalismo ocidental está “pairando” sobre o mesmo “solo”. O ser não é uma narrativa, é uma definição. O ocidente se pergunta “Qual o ser da justiça?; Qual o ser da amizade?…” pensa a verdade como um modo de ser do ser. Mas Heidegger não se satisfaz, ele quer pensar o modo de ser do ser.

É idéia ocidental tentar definir as coisas, categorizar, ter a pretensão de falar sobre as coisas. Para Deleuze filosofar é criar conceitos. A questão “O que é” não foi feita no oriente. O ocidente se pergunta “O que é outro?” projetando definições próprias (nossas). O oriental não pergunta, ele medita, age de outra forma. O hábito de definir, criar conceitos, categorizar… é uma maneira nossa de se relacionar com as coisas. Heidegger diz que não somos capazes de pensar o ser.

A “FILO / SOFIA” é “ amor à sabedoria”, é o estudo do pensamento. A questão do ser se faz com o pensamento. Descartes afirma “Penso, Logo Existo”. É uma experiência humana. A consciência é algo, um conceito; amor,mesa,sapato,ódio,cadeira são entes. No Ocidente então ser é ente que acaba por ser Deus (e o que faz com que ele seja Deus: a matéria e o ser material de que é feito a matéria ).

Na história do pensamento ocidental Platão pensa a idéia (forma /eidus) do bem. De onde vêm as coisas boas? Afirma que as coisas do mundo sensível trazem nela uma forma; a “mesidade da mesa”. Diz que as coisas tendem à sua realidade perfeita, a um arquétipo, a um paradigma. A filosofia pensa o Bem, o Belo, a Mesa, a Cadeira. Como seria pensar a mesa em seu modo de ser, enquanto “tao”, por exemplo. O conceito de tao parte da filosofia oriental e é algo que só pode ser apreendido por intuição. É algo muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe e o que inexiste. Só que nós temos demasiados conceitos dentro da cabeça para o entender como um todo uno. O tao é o caminho da espontaneidade natural. É o que produz todas as coisas que existem.

No Livro Ser e Tempo, Heidegger inaugura um tipo de filosofia, quando ele tenta pensar a questão do Ser. Ele pergunta “O que é”? Diz que o ser nunca foi pensado, que foi entificado. Quando a filosofia se propõe a pensar o ser, já começa a esquecer. Ela começa a pensar o ser como se fosse algo, como se fosse um “ente”. O ocidente esquece. Mesmo que se levante a questão do ser, não sabemos, porque somos esquecidos. Da tradição da filosofia de Platão ao sec XX, Heidegger chama de Metafísica. Esta não foi capaz de pensar a questão do ser, porque esqueceu qual era a questão. O que existe é uma ordem objetivadora de tudo o que é esquecimento. Ser é diferente de ente, ele afirma. Ocorre um estilhaçamento da experiência. O ser não é algo que se possa conhecer, pois não é um ente, não é algo. Pensar o “Ser” é uma experiência de pensamento. Pensar é diferente de conhecer.

Platão pensou o ser como idéia, Aristóteles como categoria, Marx como luta de classes….O que a filosofia sempre fez foi pensar a diferença entre ser e ente. O que o Heidegger chama de questão ontológica é a porta de entrada para esta questão. Nietzche pensou o ser como vontade de potência.

Nietzche em “Gaia Ciência” afirma em fragmentos que “Deus está morto”. Ele mata a verdade. O louco em plena luz do meio dia com lanterna acesa vai ao mercado ( onde os sociológos, etc… estão comprando… ) ele diz “estou procurando Deus” aos berros… “Vocês não percebem que Deus está morto?”(…) “Nós o matamos(…) Cheguei cedo demais (…) Eles não estão entendendo o que eu estou falando”. Deus era elemento explicativo das coisas. Deus era a verdade. Antes disto era a questão do ser na Grécia. Deus pegou de empréstimo teorias gregas. Nietsche mata o Deus católico e também a idéia de conhecimento e verdade. Fala para os homens que não acreditavam em Deus, mas na ciência (…) como quem diz que fabricar e explodir bombas não é o caminho para o sublime… O que é a bomba atômica? Uma fissão nuclear,uma fissão.

Heidegger também critica esta totalidade, esta planificação generalizada dos Entes,de Deus,da matéria… Ele escreve em seus textos sobre natureza “Não temos mais sujeito, nem objeto, temos fundo de reserva”. ( Não sei se entendo o que ele quis dizer com isto...)

Heidegger foi assistente de Husserl – Fenomenólogo. A Fenomenologia analisa fenômenos naturais. Segue filosofia científica de Galileu, que desenvolveu estudos como o MRU / Movimento retilíneo uniforme e a queda livre dos corpos, experimentou a Bola de Papel e o Chumbo caindo juntos, seguia a idéia do “Mente Concebo” – concebo na minha mente que é assim. O cientista moderno vai do intelecto à natureza. “Pela mente concebo,pela experiência,demonstro e faço”. A Fenomenologia ( Husserl ) estuda o aparecer das coisas… como o aparecer o Belo se caracteriza como Belo,por exemplo. É um conceito simples, banal, mas dentro do simples tem certa complexidade, como se estivesse de volta às coisas mesmas, às coisas em suas aparições; diferente da ciência que trabalha com coisas abstratas.

Um grande filósofo pode responder as questões do seu tempo. A questão para Heidegger era o ser em seu modo de ser, era a autenticidade e a inautenticidade da existência. O nosso movimento diário é “aderir ao ente”; eu boto a calça jeans, abro a garrafa, porque já entendi o modo de ser destas coisas. Nós não somos nós mesmos quando nós só nos relacionamos com entes. Há sempre um modo de ser seu na relação com as coisas. Mas a gente se esquece. A autenticidade para Heidegger é quando você desiste de aderir ao ente e pensa o modo de ser. Só lidando com a ente fragmentação psíquica/cultural…as coisas vão sendo subdivididas, Heidegger propõe uma pulverização das coisas. Será que é possível criar um novo modo de ser? É aí que a arte vai aparecer,lá pelos anos 30, quando ele começa a pensar a artee. Por que ele está falando de arte? Ele não quer fazer comentários sobre a arte, não é crítica, nem pensamento sobre a estética. Ele tá trazendo para arte uma questão filosófica. Na questão do ser está o nosso destino. É uma questão de vida ou morte.

Heidegger redefine o ser humano para tentar entender a questão do ser. Ele propõe uma nova maneira de pensar um nós. Quem somos “nós” ?. Nós somos ser aí / être-lá / there-being / da-seing. Os Medievais se entitulavam “criaturas de Deus”. Os gregos “ser da polis”. Nós somos ser-aí. O - do ser-aí é do âmbito da aparição das coisas. Nós somos isto. Nós habitamos o e por isto qualquer coisa aparece no seu modo de ser, as coisas aparecem. Aparece. Quando o homem aparece em sua humanidade. Quando o espaço sideral aparece enquanto espaço sideral. Na Terminologia ontológica modo de ser é da ordem do ser, não é ente, no âmbito da aparição. Só quem habita o âmbito de aparição das coisas,”ali” onde as coisas aparecem, só quem habita o , pode perguntar “o que é” .

Nós somos uma possibilidade de ser, estamos projetados para esta possibilidade que apontam para novas possibilidades. Até a impossibilidade de seguir sendo possibilidades. Estamos sempre atualizando possibilidades sempre projetando…Somos tempo. Não temos 1 essência.Temos temporalidade. A vaca é. Nós somos atualizações de possibilidades. Somos lançados, somos esta futuridade. Retomamos o passado e pensamos o futuro…Somos “ser para a morte”. O homem precisa assumir o caráter finito temporal de seu tempo. Tudo aparece, qualquer coisa aparece, dura e passa.

Os gregos pensavam PHYSIS,que é o que por si mesmo aparece. É a emergência das coisas a partir de si mesmas. Como se fosse um gatilho biológico. A palavra grega Physis pode ser traduzida por natureza, mas seu significado é mais amplo. Refere-se também à realidade, não aquela pronta e acabada, mas a que se encontra em movimento e transformação, a que nasce e se desenvolve, o fundo eterno, perene, imortal e imperecível de onde tudo brota e para onde tudo retorna.

O Ser-aí tem consciência? Nós somos mais ou menos consciência, a consciência aparece no . A consciência é o sujeito / ser linguístico / ser social / não nos caracterizam originariamente (conceitos do final sec XIX, início sec XX). No aí entram os conceitos. O cientista social já pensa o ser humano como ser social,ser histórico… não pensa a história…

Acho que ele escreve uma crítica ao humanismo e lá ele diz que só é possível mudar as coisas pelo pensamento. Em 1976 numa entrevista filmada, Heidegger fala em criar vida artificialmente, em encontrar o DNA da genialidade, fala da radicalização da inautenticidade, diz que é um grande problema… O Ser-aí existe porque aconteceu alguma coisa anterior a ele. Tenho dúvidas sobre estas informações.

Então, em seu livro “A origem da obra de arte” Heidegger diz que ARTE é a fabricação de bens naturais. Diz também que Arte é igual a conhecimento, ou seja uma coisa que produz efeitos.

1º parágrafo: A Origem de algo é a proveniência de sua essência (o que algo é). Origem é uma coisa que faz com que a coisa seja o que ela é.

O artista é a origem da obra de arte ou a obra de arte é a origem do artista? Ele vai pensar numa terceira questão, aquilo que a partir de algo é o que ele é, ou seja a essência ( que não tem nada a ver com a essência atemporal eterna contrário de aparência ). Heidegger pensa a essência como essencialização como presentificação.

Aquilo que somos hoje, no séc.XXI, é como se estivéssemos presentificando o modo de ser contemporâneo. Nós estamos ao longo das nossas vidas vindo a ser o que nós somos. É um constante vir à presença. A proveniência da sua essência.

E o artista? Mas o que faz o artista ser o que é? A obra. O artista é a origem da obra e a obra é a origem do artista,uma mútua referência. Um não é sem o outro graças a um terceiro elemento que é a arte.

2º parágrafo ele propõe: “olhemos para obra de arte (ente), uma coisa que tem como especificidade ARTE. A obra de arte mesmo atendendo à alguma utilidade atende com este selo de arte e não meramente uma ferramenta utilitária.

(Obs: Dorsa = maneira habitual de pensar = opinião, sua filosofia vai no sentido oposto da Dorsa) ( dúvida ).

Então artista e a obra de arte tem o pressuposto da ARTE; tem alguma coisa da ordem ontológica aí. A arte é “essência”? Onde e como se dá a arte?- ele pergunta. Qual a essência da da arte?

Ele comenta que parece que estamos nos movendo em círculos com esta proposição do “pensar”,mas diz que “precisamos percorrer efetiva e plenamente o círculo. A posição vigorosa é trilhar este caminho e permanecer nele a festa do pensar,posto que pensar é um ofício.”.

O que é uma coisa? Uma coisa obra de arte? Uma coisa com especificidade arte?

O pensamento de Heidegger condena a “A História da Arte”. Segundo ele a estética rebaixa a obra de arte a um objeto de estudo filosófico. A história do pensamento ocidental violentou as coisas. Na estética a obra de arte é rebaixada à condição de objeto de conhecimento estético. Heiddeger está querendo um pensamento fora do conhecimento. Pelo conhecimento você não chega à verdade das coisas. As coisas têm seu modo de ser.

No parágrafo 9 ele diz que a obra de arte além do caráter coisa produzida é ainda um outro algo que nela constitui o artístico. Do grego allo agoreuei ( allo=outro, agoreuei=diz), a obra manifesta um outro,ela é alegoria. Portanto junto com a coisa produzida é com-posto ainda outro algo na obra de arte e pôr junto em grego symballein (sym=com,ballein=pôr,jogar). A obra é símbolo. Alegoria e símbolo é o caráter “coisa” da obra de arte. Uma edificação do outro com o próprio da obra. “(..)uma coisa à qual ainda outra está presa(…)” ( paragr.10).

Então temos que experienciar “a coisidade da coisa”, conhecer o ser-coisa da coisa. “Coisas-em-si e coisas que aparecem, todo ente que é, chama-se na linguagem filosófica uma coisa”. E além disto as coisas derradeiras ( morte e juízo final ) também são coisas que não são nada. A obra de arte também é uma coisa. As coisas da natureza e as de uso são as que habitualmente chamamos de coisas. ( paragrs 12,13 e 14 ).

Uma primeira definição de coisa pode ser “suporte de propriedade” ( o granito,por exemplo) / uma relação de sujeito e predicado. É aquilo em torno das quais as propriedades se reuniram. Ou seja, o cerne das coisas, que para os gregos era to hypokeimenon , o já sempre existente. Já as características se denominam ta symbebekota, aquilo que sempre já foi posto com cada existente e que por isto com ele aparece. E aí começa a misinterpretation (inglês) ou a interpretação normativa da coisidade da coisa, a interpretação ocidental do ser do ente já se dá com a recepção das palavras gregas no pensamento romano-latino. Hypokeimenon torna-se subjectum, particípio do verbo latino subiicere: atirar,pôr ao pé de,deitar debaixo de…o que está posto sob, o fundamento e modernamente, sujeito. Hypostasis torna-se substantia, do verbo sub-stare: estar sob, ou seja a substância, os meios de subsistância, a essência. Symbebekós torna-se accidens, particípio do verbo accidere: cair para ou em direção a; daí, a qualidade acidental, o acidente, o adjetivo, oposto à substância, o não essencial, o acessório, o aparente. Aí expõe-se um transpor da experiência grega para um outro modo de pensar. Com este traduzir, sem a experiênciação originária, começa a carencia de chão firme do pensamento ocidental. Mas a enunciação simples se compõe de sujeito ( hypokeimenon) e predicado,onde se enunciam as características da coisa.A coisa como portadora de suas características.(parágrs 15 a 20). Mas sente que esta definição violenta as coisas,pois racionaliza até o irracional. (não sei se é bem isto ).

A coisa é também aistheton, o sensível, o perceptível nos sentidos da sensibilidade através das sensações, ou seja, pode ser também a unidade de múltiplas sensações ( o barulho do trovão,por exemplo ). No entanto as próprias coisas estão muito mais próximas de nós do que as sensações. A coisa nunca chega,enquanto lhe atribuímos o apreendido pelas sensacões como sendo seu caráter de coisa.

A primeira interpretação da coisa como que a mantém e a coloca demasiadamente afastada do corpo, a segunda a projeta demais sobre o corpo.Segundo Heidegger,nas duas interpretações a coisa desaparece. (parágrafo 26).

Então ele pensa uma terceira definicão: a coisa é uma matéria com forma.

Este conceito de coisa nos aproxima do caráter de coisa na obra de arte,que é a matéria da qual ela é constituída. Todas as coisas obras de arte são matéria-forma. Qual a origem deste par conceitual? Este esquema é usado em todas as teorias de arte e estética que ultrapassa este âmbito. Forma e conteúdo são os conceitos de tudo, ele diz, “nos quais tudo e cada coisa cabe”. Quando se liga a forma ao racional ( lógico) e a matéria ao irracional ( ilógico), e quando se junta ao par forma-matéria ainda a relação sujeito-objeto, então o representar dispõe de uma mecânica conceitual à qual nada se pode opor.(parágr. 29)

Forma é igual a distribuição da matéria no espaço. A forma pode também prescrever o tipo e escolha da matéria ( impermeável para a jarra, sólida e ao mesmo tempo flexivel para os sapatos, por exemplo ). Os conceitos de matéria e forma tem uma origem, que é o comportamento do ser-aí / produtor fabricador utilitário. A combinação de matéria e forma depende da utilidade. No pensamento que baseia-se no comportamento utilitário, a matéria é matéria prima para produção de objetos. (paragr.32). A partir da utilidade a coisa nos olha. A partir da experiência utlitária tudo passa a ser pensado com matéria e forma, mas isto é generalização, universalização. Maneira utilitária de ver e pensar a violência às coisas.

Obra de arte tem presença auto-suficiente, não precisa do caráter utilitário, assemelha-se à pedra. É fruto de um trabalho humano, mas é mais próximo à mera coisa. (paragr.33). Do grego poiesis (criação). Pro-duto ( know how + trazer à existência ). Pro = trazer aqui / pôr aqui (alemão). (?).

Na Idade Média, a filosofia vive em função da Igreja Cristã, as coisas foram criadas por Deus. A lógica conceitual desta filosofia é que Deus é o grande criador. Daí vêm a produção de matéria que é matéria prima para as coisas utilitárias. Já pela interpretação da Bíblia pela filosofia tomista, o ens creatum (sendo criado ) é pensado a partir da unidade matéria e forma, cuja verdade repousa num desvelamento do ente, que é diferente do acreditado pela crença bíblica judaico-cristã.

Somos potencialidades de ser algo, onde também está incluído o comportamento utilitário. Para Sartre a existência é um modo de ser que tende em direção ao saco à esquerda. (não entendi esta frase de Sartre, nem a relação dela com a filosofia de Heidegger ). O homem usa e produz ferramenta. Nós somos uma temporalidade com uma O presente é uma transição do futuro a partir do passado.

Então as coisas são: meras coisas, obras de arte ou apetrechos. E as determinações de coisidade da coisa, como portadora de características, como a unidade de uma multiplicidade de sensações ou como matéria formada valem igualmente para coisa, obra ou utensílio. Este modo de pensar antecipa a experiência, projetando conceito sobre a coisa e impedindo a reflezão sobre o ser de cada ente singular. Precisamos manter distância destas antecipações e precisamos (1º passo) deixar a coisa repousar em ser ser-coisa.

Não é indiferença ao pensar. É um fracasso do pensamento. A estrutura última da própria coisa resiste ao pensamento. O ser se dá se retraindo, tornando-se opaco ao pensamento. O ser é uma doação. É um esquecimento necessariamente a tudo que se pensa. A arte é da ordem do acontecimento. Para Kant é a coisa em si,uma confecção do fenômeno do jogo entre sensibilidade e razão.

Então na filosofia existencialista, a definicão de coisa é generalista.

1- forma de definição em termos de substância de propriedade

2- forma sensível de definição/unidade de meultiplas sensações

Obs: também é violência à coisa, se vc aposta nas sensações, você está violentando a coisa. O que chega à você são as coisas e não a sensação delas.

3- Matéria + Forma (dois conceitos enraizados no comportamento utilitário produtor). Também há violência.

O pensamento não deixa que a coisa seja. Impõe à coisa o caráter utilitário.

O homem cria. Há um trabalho sobre a coisa ou coisas que tem uma forma irregular. A lógica utilitarista pretende definir a coisa mas está impondo uma visão. A estética trata a coisa como matéria e forma.

4 - muda de atitude/postura. A coisa em si guarda em si a propriedade. Deixar a coisa repousar em si. Criar 1 Pensamento que respeite a coisa. É da própria estrutura da coisa não se deixar definir. A impossibilidade de pensar devidamente a coisa vem da própria coisa. A estrutura do real se dá a pensar recuando. A coisa se presta ao pensamento de uma maneira velada. A coisa é opaca ao pensamento.

A coisa mais próxima à modalidade é utensílio e intrinsecamente ligada ao nosso pensamento utilitário. (parágr.41).

Heidegger pega como exemplo um par de sapatos de camponês e escolhe uma apresentação pictórica deste “utensílio”, numa pintura do Van Gogh.Explica que tal utensílio “sapato” serve para calçar os pés, mas que de acordo com sua utilidade, se são para trabalho no campo ou para dançar, a matéria e a forma são diferentes. “O ser-utensílio do utensílio consiste em sua utilidade”- definição correta mas superficial.

A partir do parágrafo 46 ele começa a propor uma uutra maneira de pensar que não seja representacional, ou seja através de fundamento/ princípio e lógica.

(parágr.47) A utilidade repousa na plenitude de um ser essencial do utensílio, isto é nomeado confiabilidade (provem de algo mais essencial ) (embate entre mundo e terra).

MUNDO ( termo conhecido de Heidegger ) é a totalidade referencial; o sentido, a significância, a familiaridade que tem sentido por estar inserido num mundo. Um ente que se refere a outro ente que se refere a outro ente…Por exemplo: a caneta se refere ao papel que se refere ao livro… O mundo-ambiência na qual nos encontramos, uma estrutura ontológica ( do ser ). Nós somos o ser no mundo. Das Ein/ Ser-aí é ser no mundo. Tem sentido por estar inserido no mundo. A ambiência que tem esta referencialidade à luz da qual agimos.

Se recuássemos ao início da história da Humanidade. Desde o 1º momento o ser já é um ser no mundo. Toda geografia,toda naturalidade está em um mundo.

TERRA é a não siginificação, o estranho, aquilo que resiste ao sentido, materialidade sem sentido que acolhe o sentido, que não se permite traduzir por conceitos, não se presta à significância, mas é o âmbito da significância.

MUNDO só pode ter sentido se for acolhido por algo que não se presta a isto, a TERRA. Confiabilidade é união que se encontra no utensílio entre Mundo e Terra ( um não existe sem o outro ). A utilidade do utensílio só é possível porque antes existe o vínculo mundo ( significância ) e terra ( materialidade – não é só pura no sentido físico, é outro sentido – acolhida ). A Terra não existe sem o sentido.

O lugar habitual do nosso pensamento é o lugar da representação. O pensamento originário não é representacional, tem grande afinidade com a poesia, está entre a poesia e a filosofia (representacional).

Na Arte acontece o aparecimento, do grego Alethéia – desvelamento/aparecer o ser da coisa, aparecer do ente em seu modo de ser … Acontecimento de algo q se desvela / alguma coisa acontece ali. O ser do ente vem à luz. A essência da arte então seria esta, ele diz, “ o pôr-se em obra da verdade do ente”. Esta verdade que se põe em obra na arte aqui não é a representacional, é a reprodução da essência das coisas. Vem à luz o que na obra está em obra, a abertura do ente em seu modo de ser: o acontecimento da verdade. “O caráter de coisa na obra não deve ser negado nem deixado de lado,mas ele tem que ser pensado a partir do caráter de obra,caso ele já pertença ao ser-obra da obra”. ( não sei se entendi ). (Parágr.53 a 65).

A obra e a verdade / Tempo X Obra de Arte / Obra não representacional

As obras chegam a nós como mercadoria e não mais como obra de arte. Obra de arte retirada do seu MUNDO não é mais obra de arte.

Só quando houver acontecimento existe a obra de arte. Ele exemplifica pela Obra-Templo na Grécida. Os gregos viviam em volta. No parágrafo 74 ele escreve: “ (…) O templo-obra junta primeiramente e ao mesmo tempo recolhe, em torno de si, a unidade daquelas veredas e referências nas quais nascimento e morte, maldição e benção, vitória e ignomínia, perseverança e queda, ganham para o ser humano a configuração do seu destino. A amplitude reinante destas referências abertas é o mundo deste povo histórico(…)”.

A obra de arte é para ser vivenciada e não para ser contemplada. Isto é coisa para astetas, turistas…Tudo tem radical temporalidade para Heidegger. A obra de arte ou participa da vida que ela mesma inaugura ou ela não é mais obra de arte.

Nós somos parte de um aberto que é o mundo. E o mundo mundifica, ele diz. E a obra mantém aberto o aberto do mundo, deixa que as coisas sejam o que elas são.

O tempo organiza a ambiência deste mundo, ou seja o caráter terra também é afetado pelo tempo. No parágrafo 75 ele escreve: “(…) O brilho e a luminosidade do rochedo,os mesmos só aparecendo graças ao Sol, é que fazem aparecer a luz do dia, a extensão do Céu e as trevas da Noite. O erguer-se seguro torna visível o invisível espaço do ar. O inabalável da obra contrasta com a vaga da mare e deixa, a partir de seu repouso, aparecer a fúria do mar. A árvore e a grama, a águia e o touro, a serpente e o grilo aparecem no realce de sua figura e se apresentam assim no que eles são. Este surgir e desabrochar em-si e no todo, os gregos denominaram, há muito tempo, a physis. Ela clareia ao mesmo tempo aquilo sobre o que e em que o homem funda o seu morar. Isso nós denominamos a Terra. Do que a palavra Terra aqui significa deve-se afastar tanto a representação de uma massa de matéria aglomerada como também, segundo a astronomia, a idéia de planeta. A Terra é aquilo em que se reabriga o desabrochar de tudo que, na verdade, como tal, desabrocha. Nisso que desabrocha, a terra vige como a que abriga.” A obra-templo, a imagem do deus que o vencedor consagra na batalha e a obra-da-linguagem não retratam, são / não retrata, é.

A obra é um instalar de um mundo ou ela faz parte da vida ou ela não é mais obra de arte…

Tudo é temporal, tudo é finito. Quando esta relação Mundo/Terra não existir. O templo grego, por exemplo, deixa de ser obra de arte. Obra de Arte = projeção de uma terra e a instalação de um mundo.

Não posso apontar exatamente quando este embate se dá. O devir histórico vai se fazendo. Como a estrutura do trauma; “só depois”, Freud fala que a dimensão do trauma se faz presente muito tempo depois. A descoberta é a ampla divulgação.

“ Verdade e Método” ( capítulo dedicado à artes performáticas ) - Gadamer ( fiquei com vontade de pesquisar mais sobre isto )

A terra vem à tona como aquilo que se fecha, é opaca ao conceito, resistente ao conhecimento.

O mundo se afirma como mundo e a terra como terra. 2 personagens Heideggerianos. Embate entre mundo e terra = confiabilidade. Disputa entre mundo e terra – esta tensão repousa na obra. Terra e Mundo tem que existir para que a confiabilidade aconteça.

RepresentaçãoX Não Representação

Shapiro X Heidegger

Derridas

Nazismo…

E continua

O Asteta – Meyer Shapiro, historiador da arte, escreve um artigo “still life as a personal object”, defende a representação e estuda a obra de Van Gogh.

Escreve uma carta onde ele pergunta para Heidegger a qual quadro ele está se referindo e diz que os sapatos que Heidegger usa como exemplo eram do próprio Van Gogh, que na verdade é um par de sapatos urbano e não de uma camponesa. Ele diz que este quadro está em Amsterdam. Critica o texto como sendo pretensamente filosófico “gorduroso”. Diz que Heidegger erra, fala que é patologia nazista disfarçada de filosofia.

De fato na ideologia nazista da época existia um enaltecimento da vida rural, um resgate às origens da vida “saudável” alemã, Shapiro foi professor de Columbia, foi aluno de um judeu refugiado em NY. De fato Heidegger foi do PNS, Partido Nacional Socialista… Quando os nazistas tomaram o poder, ele aceitou ser reitor de uma universidade. Seis meses depois ele abandonou o reitorado. Segundo ele, percebeu o que era. Entrevista na revista Dr Spiegel que só poderia ser publicada depois que ele morresse, ele diz que entendia o nazismo como espécie de terceira via onde a Europa poderia se renascer ( entre a Rússia e o capitalismo norte americano ).

Jacques Derridas foi influenciado por Heidegger e também crítico filosófico de Heidegger. Ele escreveu um texto sobre esta polêmica. Diz que Shapiro mostra a falta de rigor de Heidegger e também a verdade sobre o quadro do Van Gogh, par de sapatos era dele mesmo, que naquele tempo era um homem da cidade, dentre outros argumentos.

O sapato envelhecido parecia com o estado de alma dele. Expressão de um estado interior do Van Gogh.

Argumento do Heidegger permanence válido para qualquer obra de arte. Modo de ser do instrumento enquanto utensílio com uma confiabilidade. Ele já tem esta argumentação filosófica e só usa o quadro do Van Gogh para embasar a sua teoria.

Argumento dogmático, previamente resolvido. ( patologia nacional socialista ). Problema do Heidegger: não precisa do quadro do Van Gogh.

Derridas – embora o Shapiro aponte para este problema, dizia que ao mesmo tempo o historiador é capaz de ser superficial.

Heidegger está fazendo uma crítica da representação. O objeto representado está interessado na verdade, como retrato da realidade e acaba por esquecer o ser.

Sec XVII Descartes – grande época da representação – sujeito da representação, objeto representado.

Aí= mundo. Relação sujeito-objeto. Modo de ser no mundo. Terra que acolhe o mundo . Terra não é passível de representação. Relação terra – mundo ( confiabilidade – que é irrepresentável). A partir do irrepresentável é possível representar a verdade originária. A experiência artística nos leva à outro plano. Ele diz que o Shapiro está reduzindo a coisa, a representação reduz. A força do quadro é uma experiência nova.

Shapiro é um defensor da representação. Heidegger questiona se é isto que dá valor a um quadro. Ele está dizendo que na experiência artística é possível uma experiência não representacional. Ele diz que o Shapiro não está falando do quadro, mas da vida real por trás do quadro.

Como olhar para arte e pensar a arte sem reduzir a obra de arte à algo que está fora dela?

Heidegger X Kant

Subjetividade / gênio / relação com algo.

Nietzche é o primeiro grande crítico da representação / construção de verdade / fundamento.

Heidegger busca outra verdade / âmbito.

Romper a representação X Não é possível romper com a representação.

Idealização do mundo camponês – de certa forma o Heidegger está representando. Derridas diz que quando você fala, você cria termos e estes termos tem uma representabilidade. O quadro do Van Gogh é a representação do irrepresentável. Desconfie da representabilidade.

O quadro é digno de ser pensado – abertura de um âmbito no qual nós existimos.

Tanto Heidegger quanto Shapiro são metafísicos, supõem que há uma verdade.

Desgarramento do quadro. Objetividade do quadro. Obra de arte digna.

Pensamento não representacional é um pensamento que liberta.

Heidegger é um crítico da metafísica, leva adiante a questão do “ser”. Crítica à representação, ao representar, você busca uma certeza. Heidegger pensa o “ acontecimento”. Respeitabilidade em relação à singularidade da coisa. O que ele tá tentando fazer em relação à crítica à filosofia.

Todo ente tem seu modo de ser (Parágrafo 95)

Essência ( o que define uma coisa ) = o que há de comum entre as cadeiras, por exemplo, o que faz daquilo ser uma cadeira.

Essência não essencial= tem a ver com singularidade/ é genérico. Objetivação =conceito que você se apropria. Heidegger tá tentando evitar isto. Não respeita o modo daquela coisa ser. Generalidade do conceito não permite que você veja a particularidade da coisa. Não há ciência sem este paradigma da verdade, mas é exatamente disto que o Heidegger quer fugir.

Essentia - ser-simplesmente-dado no MUNDO. Desconstrói esta pretensa universalidade dos conceitos. Heidegger tá querendo isto. Ser-simplesmente-dado em relação a outros seres simplesmente dados que formam um mundo. O que é na verdade a verdade? O que é a essência da verdade?

Qual a essência disto aqui para que seja, por exemplo “ouro verdadeiro”. Aletheia ( tradução Latina do termo grego “verdade” ) desvelamento do ente. A aparição das coisas tem que se dar primeiro, só num segundo momento é que pensaremos se é verdadeiro ou falso. Apareceu como … ouro, depois pensamos se é verdadeiro ou falso.

As coisas já estavam lá, com a obra de arte elas aparecem. Thauma é o maravilhamento diante das coisas. As coisas vêm à tona. Physis se mostra. As coisas aparecem em seu modo de ser. Quando a aletheia aparece como veritas, novo paradigma aparece. A sua essência está neste vir-a-ser / desvelar-se.

Arte leva à verdade. Arte é acontecimento. Desvelamento ( grego; aletheia ) = vir à luz, vir a tona. Qual é essência de verdade? Não basta trocarmos o nome. Que tipo de experiência de pensamento é esta? Adequacão do latino veritas, do que o sujeito diz em relação ao objeto do juízo ao objeto… A Adequação não dá conta. Há uma verdade primeira,anterior= o desvelamento do ente / tudo o que “é” / o que quer que seja.

(Parágr. 98). É préciso reviver a Grécia? Heidegger diz que não. Mesmo que fosse possível não nos ajudaria. O pensamento grego não conseguiu pensar o “ser”. A metafísica ao se propor a pensar o “ser” pensa “ ser” como alguma coisa. Por exemplo “as idéias” em Platão. História do pensamento ocidental / racionalidade marcada pelo esquecimento do ser. Não temos mais capacidade intelectual de pensar o ser das coisas (ele diz) – como já foi citado no começo deste resumo.

“Ser” para Heidegger é este des=velamento. Para que o juízo verdadeiro aconteça, coisa tem que “ aparecer”. Ex.cadeira./ ouro falso ou verdadeiro – antes há o ‘aparecer”, depois o juízo..Verdadeiro / Para Aristóteles “ em 1º lugar verdadeiras são as coisas mesmas. Em 2º lugar são os juízos sobre elas.

Quando os gregos começaram a pensar o des-velamento, eles passaram a olhar somente para o desvelado e esqueceram do “ acontecimento desvelamento”.

Depois de Descartes sec XVII- para cá. Qual a razão da razão?

“Das-ein” tem que estar presente. De onde vem este modo de ser do “ser-aí”?

Este “aí” é a clareira. A clareira é o aberto onde as coisas aparecem. Âmbito do aparecimento é o “aí” todo espaço toda temporalidade se confunde com o “ser”. É preciso que as coisas apareçam no âmbito do aparecimento.As coisas/ o mundo / aparecem. O ser-aí aparece.

Acontecimento-Apropriação (não entendi este termo, é em relação à apropriação do termo grego?)

“No meio do “ente” existe uma clareira que é mais “ser” que o próprio “ente”. A clareira é a condição de possibilidade do “ ente”. A “clareira “nada é. É nada porque não é ente algum. Certa semelhança com o “nada” do budismo. Este “nada” do ser, graças a ele as coisas aparecem pelo que elas “são”. Positividade no aparecer das coisas. As coisas aparecem em meio ao nada, à luz da clareira.

Os pré-sócraticos tem concepção pré-metafísica. Heráclito, Parmênides. Possibilidade de aparecer, de articular/ “articulabilidade das coisas”/ âmbito mundo.

Ser e tempo. O ser-aí originário. Para ele as coisas se dão. Se deslocar desta “ontologia” do ser para entender. Nós somos estruturais à própria clareira. Se a clareira nada é, temos que assumir o nada que nós somos. Nós somos este tempo. É do ente se confundir com outros entes. Ente se revela mas resistindo a um desvelamento total. Tudo se dá dentro de uma temporalidade da clareira.

Mundo e Terra

Tudo o que é presente se dá.

Velamento e Desvelamento

Ser-aí e Mundo

Velamento - o aparecer é temporal, é finito, é numa clareira. Desvelamento se dá na clareira. Clareira traz um velamento radical. Algo que acolhe o mundo.

(Parágrafo 106) Velamento

1- recusa – limite do conhecimento ou começo da clareira do clareado/ente

2- Dissimulação – aparência “ a physis gostar de mostrar-se ocultando-se”, “a essência é em sua verdade a não-verdade”

O mundo também não é pura luz, a terra também não é pura sombra.

“ O aparecer brilhante disposto na obra é o belo”

“ A beleza é um modo como a verdade vigora enquanto desvelamento”.

A obra-de-arte seria o acontecer desta disputa entre mundo e terra, o acontecer desta clareira.

O belo é esta capacidade de nos arrebatar para ambiência.

Processo de criação

De que maneira a criação antecede o sujeito ou não está limitado à subjetividade do criador?

“Qual é a essência mais íntima da própria obra, a partir da qual somente se deixa medir até que ponto o ser-criado lhe pertence e até que medida este determina o ser-obra da obra?” (parágr.115)

E no paragr 116 “Criar é aqui pensado sempre em relação à obra. O acontecer da verdade pertence à essência da obra”.

Tanto o artesão quanto o artista produzem artefactos. Não é à toa que os gregos usavam a mesma palavra thecné/ thecnités ( dotado de thecné ). Existe algo da ordem da fabricação na arte.

(Parágr. 120) “A origem da obra de arte e do artista é a arte.” É o vir à luz das coisas. É o trazer à presença.

Origem é a proveniência ( algo que está vindo de algum lugar ) da essência ( estrutura perene imutável eterna ). Em Heidegger a essência é sentido, presencialização, tornar a ser aquilo que se é. Em que vigora o ser de um ente. OBS: Vigora / vigência / a palavra está se essencializando, está sendo reaplicada.

Acontecer na verdade ( clareira, onde as coisas vêm à luz ) / o acontecimento está na poiésis.

Thecné / Know-how - desvela o produto da fabricação – deixa vir a luz os utensílios. Thecné - disposição racional que orienta o comportamento poiético.

(paragr.126) Thecné traz o ente para o desvelamento. Não é atividade de um fazer é um saber pensado gregamente, saber deixar ser aquilo que começará a ser. Pro-dução (para os gregos) – traz à luz, traz à existência. O artesão presentifica o utensílio.

A raiz do conceito de matéria e forma vem de um pensamento produtor. Com o cristianismo, a metafísica vai só tomar um novo alento. A bagagem conceitual já está dada na atividade grega. Physis é a emergencia das coisas. O termo techné não diz que o fazer ( paragr. 127 ) do artista é vivenciado do fazer manual, é determinado pela essência do criar, o auto-nascer da physis.

Perceber X representar

Perceber é uma forma de conhecimento, aquele que vê / que sabe receber, que deixa que a coisa venha a ele, algo que já foi desvelado. Já representar (sec XVIII filosofia ) objetivação/ forçar / tornar as coisas à posição de objeto. Apropriação, captura, conhece, delimita, toma para si. O próprio sujeito faz isto. Aquele ser –aí que é capaz de ver, de perceber / ele devia ser aquilo que já é. Devia se mostrar.

“ O homem é a medida de todas as coisas” frase de Protágoras.

“Poeticamente o homem habita”

Texto “A caminho da linguagem” Heidegger, Ed. Vozes

A essência da linguagem de uma conversa sobre a linguagem entre um japonês e um pensador.

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